Durante todo o mês de março, a Sala Alexandre Robatto oferece – aos aficionados e ao público em geral – um painel da produção cinematográfica do passado que projetou o futuro. Ao todo são 14 filmes de ficçãoque abordaram várias projeções do mundo no futuro, desde a década de 20 até os dias atuais, introduzindo linguagens e estéticas hoje já conhecidas. As obras terão quatro sessões diárias, com entrada gratuita.

Terra arrasada, deserto moral, ultraviolência e carros que voam em vias expressas, acima das cidades. Estas são algumas situações e cenas recorrentes no imaginário da produção fílmica do século XX. Desde os primórdios do cinema,   diferentes roteiros e produções seguem construindo futuros diversos para o homem. Curioso ver o futuro distante imaginado pelo homem décadas atrás, mágica proporcionada pelo “milagre” da película.

Hoje, algumas situações concebidas são fantasiosas e podem mesmo beirar o ridículo para o espectador contemporâneo. Outras, no entanto, são, sem dúvida, criativas e atuais, sobretudo do ponto de vista filosófico. Se o telefone com visor do cineasta alemão Fritz Lang, em Metrópolis, pro exemplo, se tornou espantosa realidade décadas depois, o universo sombrio do diretor  Tarkovski, no filme Stalker, não é menos esclarecedor de nossa condição atual.

Clássicos

Dentre as produções em cartaz, vale a pena destacar Metrópolis, filme que marcou época na história do cinema, por criar um universo futurista fictício, cheio de avanços e inovações. O enredo é ambientado em 2026, quando a população está dividida em duas classes: a elite dominante e a classe operária. Esta última é formada por uma prole miserável, que vive num mundo subterrâneo e é escravizada por monstruosas máquinas que fazem funcionar a cidade.

Outra obra legendária participante da mostra é 2001-Uma Odisséia no Espaço, do americano Stanley Kubrick,  que ultrapassa os limites do espaço físico e penetra no destino oculto do homem. Como produtor, diretor e co-roteirista do filme, juntamente com o escritor Arthur C. Clarke, Kubrick trouxe idéias complexas para a tela, com um impressionante imediatismo, através de inusitados efeitos especiais. Outro grande destaque do painel de filmes de ficção científica é Solaris, na versão russa de Andrei Tarkovski, realizada em 1972, com produção muito mais modesta que o remake americano relativamente recente, mas muito mais intrigante e surpreendente. O diretor explora o “espaço interior” das personagens.

Com relação ao cinema mais contemporâneo, vale a pena destacar o longa-metragem Matrix, que conta a saga de Neo, um hacker que descobre que sua vida é controlada por um estranho e gigantesco sistema informatizado. Além desta obra divisora de caminhos, há também o “”cult movie”” Blade Runner (O Caçador de Andróides), realizado pelo consagrado diretor Ridley Scott, que prevê a decadência da Terra por volta do ano 2000, quando os habitantes vivem aglomerados em gigantescos arranha-céus e a engenharia genética se tornou uma das maiores indústrias, fabricante de “replicantes”, andróides dotados de extraordinária força e inteligência, praticamente indistinguíveis dos humanos.

A Sala Alexandre Robatto é administrada pela Diretoria de Artes Visuais e Multimeios (Dimas), da Fundação Cultural do Estado da Bahia, e se dedica em promover exibições de grandes clássicos do cinema, com entrada franca.

Programação: Metrópolis, de Fritz Lang (1926), dias 1º, 14, 16 e 29 de março – às 14h, 16h, 18h e 20h; Alphaville, de Jean-Luc Godard (1965), dias 2 e 17 – às 14h, 16h, 18h e 20h; Barbarella, de Roger Vadim (1968), dias 3 e 18  – às 14h, 16h, 18h e 20h; Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick (1971), dias 4, 19 e 31 – às 14h, 17h e 20h; Solaris, de Andrei Tarkovski (1972), dias 5 e 20 – às 14h, 17h e 20h; 2001, Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick (1975), dias 6 e 21 – às 14h, 17h e 20h.

E mais: Stalker, de Andrei Tarkovski (1979), dias 7 e 22 de março – às 14h, 17h e 20h; Blade Runner, de Ridley Scott (1982), dias 9 e 24 – às 14h, 16h, 18h e 20h; Star Wars – O Retorno de Jedi, de George Lucas (1983), dias 10 e 25  – às 14h, 17h e 20h; Mad Max (1985), de George Miller, dias 8 e 23 – às 14h, 16h, 18h e 20h; Brazil – O Filme, de Terry Gilliam (1985), dias 11 e 26 – às 14h, 17h e 20h; Cowboy Bebop (1998), dias 12 e 27  – às 14h, 16h, 18h e 20h; Matrix (1999), dias 13 e 28 – às 14h, 17h e 20h. Minority Report – A Nova Lei, de Steven Spielberg (2002), dias 15 e 30 – às 14h, 17h e 20h.