Palestras, oficinas de leitura, dança de salão e atividades corporais. Tudo para proporcionar informação e entretenimento aos acompanhantes de candidatos que prestam vestibular no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Trata-se do Programa Sala de Espera, praticado há sete anos com o objetivo de reduzir a ansiedade que pais dividem com os filhos durante a aplicação das provas. Os trabalhos foram abertos domingo (28) pela vice-reitora Évila de Oliveira Reis Santana, com palestra sobre a estrutura e o trabalho desenvolvido pela Uefs.

O vestibular e a colação de grau são dois momentos especiais. “Recebemos meninas e meninos e devolvemos mulheres e homens, profissionais cidadãos”, comentou. A vice-reitora agradeceu a confiança depositada na instituição e lembrou que, em quase 31 anos, a Uefs já graduou cerca de 15 mil profissionais. Atualmente são atendidos 9.450 estudantes nos cursos de graduação (8.855) e de pós-graduação (595).

A proposta agradou aos acompanhantes. Idê Wilma Prado, de Licínio de Almeida, município situado na divisa da Bahia com Minas Gerais, não conteve a emoção durante palestra da professora Rita de Cássia Braz sobre a estrutura familiar. A filha, Indira Iana Prado, de 19 anos, está concorrendo a uma vaga no curso de Medicina. “Temos que criar os filhos para o mundo, mas lidar com a possibilidade da separação não é nada fácil”, disse.

Bicho-papão

Neste segundo dia de processo seletivo, foram aplicadas as provas de Matemática, História e Geografia. A de Matemática pode não ser mais considerada por alguns o “bicho-papão” do vestibular, mas parece continuar sendo a etapa que oferece maior grau de dificuldade para os candidatos. Muitos deles tentaram responder cada questão conforme o aprendizado do ensino médio, mas alguns ainda admitiram ter recorrido à velha prática do “chute”.

Para Andréa Lima, 25 anos, que tenta o acesso ao curso de Enfermagem pela quarta vez, Matemática é realmente o grande desafio do processo seletivo. “Acredito que é a prova que decide mesmo”, disse. “É muito difícil”, resumiu Aline Michele da Silva Nascimento, 26 anos. A estudante feirense, que atribuiu as dificuldades à grande quantidade de fórmulas para solucionar as questões, acha que se o candidato não tem convicção, não adianta insistir.

Thiago Nunes, 18 anos, que presta vestibular pela primeira vez concorrendo a uma vaga no curso de Direito, considerou a prova difícil, mas disse que o tempo foi suficiente para fazer todos os cálculos. Enquanto isso, o indígena Antônio Carlos Santos Souza, 22 anos, da tribo Patoxó Hã Hã Hãe, de Pau Brasil, deixou o campus da Uefs confiante. “Não gosto de Matemática, mas a prova não foi difícil”, avaliou. O vestibular da Uefs será encerrado nesta terça-feira com as provas de Física, Química e Biologia.