A Secretaria Estadual da Educação (SEC) está captando R$ 1,5 milhão junto ao Ministério da Educação (MEC) para serem investidos ainda este ano em educação profissional. A liberação dos recursos só depende da entrega do plano de trabalho indicando como serão gastos os recursos. Essa mobilização estará ocorrendo dentro dos próximos dias junto às escolas que já oferecem o ensino médio integrado a educação profissionalizante. A idéia é de que os 1,5 milhão sejam investidos em infra-estrutura, já que as 27 escolas que atualmente ofertam essa modalidade de ensino apresentam deficiências.

O assunto foi discutido hoje (4), durante o 2º Encontro dos Professores do Ensino Médio e Educação Profissional, que reúne até quarta-feira (6) especialistas tidas como referência nacional no assunto, no Instituto Anísio Teixeira (IAT).  Atualmente são ofertadas 5.200 vagas no ensino médio integrado a educação profissional.  Assim que assumiu a pasta, o secretário estadual da Educação, Adeum Sauer, anunciou que pretende ampliar esta oferta em 500% até 2011.

Um dos passos dados nesse sentido será a realização de um diagnóstico, em setembro, com o levantamento das escolas que possuem vocação regional para o desenvolvimento dessa modalidade de ensino em 2008. “Estaremos desenvolvendo um plano de expansão após a Conferência Estadual da Educação e consultas aos debates do Plano Plurianual Participativo porque os cursos têm que ter forte vocação para o que é a demanda local”, explicou o coordenador de Educação Profissional da SEC.

Durante o encontro, a discussão esteve focada na redefinição da concepção tanto do ensino médio quanto do ensino médio integrado a educação profissional. A proposta é de que, a partir do conceito de integralidade entre cultura, ciência e trabalho, este fundamento seja colocado em diálogo com a experiência que o professor tem em sala de aula. Só então, a partir daí serão redirecionadas as ações pedagógicas.

De acordo com o relator das diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional, Francisco Aparecido Cordões, que ministrou palestra sobre Os desafios da educação profissional, o primeiro desafio supõe uma educação básica de qualidade. “O ensino médio deve funcionar como etapa consolidadora da educação básica e preparação para a cidadania e o trabalho. Para isso, as disciplinas escolares deverão ser trabalhadas de maneira integrada, interdisciplinar e contextualizada”, defendeu o especialista.

A Constituição Federal coloca a educação e o trabalho como um direito de todo cidadão. Ao ofertar o ensino médio integrado a educação profissional, no papel de executor das políticas públicas, o estado visa assegurá-lo. De acordo com o chefe de gabinete da SEC, Salvador Trevizan, se o indivíduo não está preparado para o mercado de trabalho, há um impacto estrutural na questão da inclusão social. “Qualificar o indivíduo para o trabalho é uma forma de fortalecer as bases da condição de vida em sociedade. A política que esse governo quer incentivar através da ampliação das vagas do ensino profissionalizante é nessa perspectiva de inclusão social”, afirma Trevizan.