“Se houver algum indício de que fui desleal com minha instituição, que me afastei um milímetro de meus deveres profissionais e do juramento que fiz quando ingressei na Polícia Federal, rasgo esta carteira que me acompanha há muito tempo e meus diplomas de delegado e de bacharel em Direito”. Assim reagiu o secretário da Segurança da Bahia, Paulo Bezerra, ao afirmar hoje (22), durante entrevista coletiva concedida na sede da SSP, no Centro Administrativo da Bahia, que não são verdadeiros os fatos noticiados pela imprensa envolvendo o seu nome e relacionados ao vazamento de informações das investigações da “Operação Navalha”, desencadeada pela Polícia Federal.

Em tom emocionado, o secretário agradeceu a imprensa, “pela oportunidade de esclarecer tudo que está sendo divulgado”, à família, aos amigos, aos colegas policiais, aos parlamentares, ao diretor-geral Paulo Lacerda, do Departamento de Polícia Federal e ao governador Jaques Wagner pelo voto de confiança nele depositado.

Garantindo ser vítima de uma maldade plantada na mídia, por pessoas que objetivam atingir o escalão superior da PF, Paulo Bezerra disse que, nestes seus 30 anos de trabalho como policial, jamais respondeu a uma sindicância, a um procedimento administrativo disciplinar ou um inquérito policial e que se sentiu constrangido ao ter a imagem e o nome maculados nacionalmente pelo noticiário da imprensa.

O secretário da Segurança disse ainda que outras acusações precisam ser contestadas, pois alcançam também pessoas que jamais contribuíram para o vazamento de informações, como o juiz federal Durval Carneiro Neto, “contra quem se noticiou que teria me avisado que eu estava sendo objeto de uma investigação pela Polícia Federal”. Bezerra declarou que “isto jamais aconteceu” e que o contato, mantido com o magistrado e com o procurador federal André Luiz Batista, “ocorreu após a conclusão da investigação e do monitoramento em relação a mim, na época superintendente na Bahia”.

Explicou ser comum na Polícia Federal a investigação social de seus quadros, a partir do ingresso na organização “e que isso não nos ofende nem mancha nossa imagem”. Ele vê este monitoramento como necessário, ressaltando que é “uma demonstração de que a instituição é séria e que acompanha a vida dos seus servidores, principalmente aqueles que têm a responsabilidade de comandá-la”.

Revelou ainda que se está ocorrendo vazamento de notícias dentro da Polícia Federal é por conta de pessoas sem compromisso com a instituição que um dia juraram manter fidelidade e guardar segredo. Quanto às acusações sofridas, assegurou que “moverei as ações pertinentes contra quem de direito”.