“A epidemia de sarampo na Bahia já está debelada”. A afirmação foi do Secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, em entrevista coletiva aos jornalistas, na manhã de hoje (5), em seu gabinete, no Centro Administrativo. O último caso de sarampo registrado no estado data de 25 de novembro do ano passado, e a margem de segurança de mais de dois meses permite às autoridades afirmarem que a epidemia não existe mais. “A intensificação vacinal continua, uma vez que estamos no período de alta estação para o turismo, com o Carnaval já chegando”, disse Solla.

Em apenas 20 dias de intensificação vacinal foram imunizadas 891.457 pessoas, dando um percentual de cobertura de 86,2%. Destes, 756.617 eram homens, na faixa etária de 12 a 39 anos. O restante foi de pessoas de todas as idades e também do sexo feminino. “Nós conseguimos imunizar, no período de 10 a 30 de janeiro, mais do que toda a vacinação realizada no ano passado, que ficou em 559.036 doses aplicadas. O resultado foi excelente e hoje posso afirmar que a população baiana é a mais protegida do país em relação ao sarampo”, afirmou o secretário.

Desde que começaram a aparecer os primeiros casos suspeitos de sarampo na Bahia, entre agosto e novembro, foram notificados 676 casos suspeitos, 510 foram descartados e 47 confirmados. Ainda estão sendo investigados 119 casos, aguardando resultados de exames laboratoriais que estão sendo processados no Laboratório Central Gonçalo Muniz (Lacen).

De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab (Divep), Alcina Andrade, os seis casos que estavam sob suspeita em Salvador foram descartados, e a probabilidade é que todos os 119 casos sob investigação possam, também, ser descartados.

 Os casos positivos estão assim distribuídos: João Dourado (18); Irecê (1); Filadélfia (26) e Senhor do Bonfim (2). Todos os casos confirmados apresentam história de contato entre si e estão próximos geograficamente. Os 119 casos suspeitos sob investigação estão distribuídos em mais de 58 municípios.

“O vírus identificado como causador do surto é o D4, que circula principalmente  em países da Europa, Canadá e África do Sul”, esclareceu Alcina Andrade, complementando que a Bahia e o Brasil, há mais de seis anos (desde 2000), não têm nenhum caso autóctone de sarampo. Nesse episódio, a Divep entrevistou mais de duas mil pessoas que tiveram contato com os pacientes positivos.

Meta superada

O secretário afirmou que a meta do Dia Estadual de Vacinação contra o Sarampo, promovido no dia 20 de janeiro, foi superada. “Em função disso, tivemos alguns problemas com a falta de vacinas. Nós tínhamos solicitado 750 mil doses de vacina e tivemos que solicitar mais 350 mil, para abastecer alguns municípios que ficaram em falta. Mas nada disso chegou a atrapalhar nossa meta”, disse Solla, que ressaltou o importante papel das diretorias regionais de Saúde, secretarias municipais e a imprensa na divulgação correta dos dados. Além disso, destacou também a atuação da Secretaria de Turismo, que alertou os turistas para a necessidade de vacinação.

A vacinação vai continuar sendo feita, normalmente, em todos os postos. No período de fluxo turístico, os postos emergenciais (rodoviária, porto e aeroporto) continuarão disponibilizando vacinas contra a doença. “É importante frisar que a entrada do vírus do sarampo nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo hoje é muito maior do que na Bahia. Portanto, o turista que quiser passar o Carnaval na Bahia será ótimo, se vier vacinado será melhor ainda”, finalizou o secretário.