A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia informa aos médicos que prestam serviços à rede estadual através da Cooperativa de Assistência Médica ao Estado (Coopamed), que o pagamento referente ao mês de fevereiro, dos três contratos, já foi efetuado à Coopamed. O montante de R$ 5.835.605,82 foi repassado à cooperativa nos últimos três dias. Dia 27 – R$ 3.933.182,90, dia 29 – R$ 1.205.395,64, e dia 30 – R$ 697.028,28, fora o pagamento do INSS, que contratualmente é feito direto pela Sesab ao Instituto de Seguridade Social.

De acordo com o secretário da Saúde, Jorge Solla, os médicos não têm motivos para não comparecer aos seus postos de trabalho. “”Estamos com os meses de janeiro e fevereiro em dia com a cooperativa. Fizemos um levantamento dos pagamentos feitos no ano passado e diagnosticamos que a entidade nunca recebeu no dia certo e que os recebimentos eram feitos sempre com 60 dias de atraso””, explicou o secretário, ressaltando que em nenhum momento, em anos anteriores, viu ou ouviu nenhuma manifestação de algum médico por causa de atraso nos salários.

Ação orquestrada

Solla explicou que está havendo uma ação orquestrada pela cooperativa para que a Sesab prorrogue os contratos. “”Mesmo sabendo que nós não podemos ampliar e muito menos fazer novos contratos, a cooperativa está jogando com todas as fichas, a ponto de incentivar os médicos que faltem a seus plantões””, afirmou. O secretário alertou para os riscos que os médicos correm caso, abandonem seus postos de trabalho.

“”O médico pode alegar que não tem vínculo com o hospital, e sim com a Coopamed. Antes de mais nada, ele tem compromisso com a ética de sua profissão. E o nome dele está lá, como responsável pelo plantão. Se algum paciente for prejudicado ou for a óbito pela ausência do médico de plantão, o médico pode ser acionado judicialmente. Além das medidas administrativas, pode incorrer em processo de outra ordem, até mesmo criminal””.

Ele disse ainda que a situação é muito delicada e que os médicos devem ir aos seus plantões normalmente. “”O jornal A Tarde levantou a possibilidade de boicote no Hospital Roberto Santos. Não haveria boicote. Mas hoje (29), a maioria dos profissionais abandonaram os postos em Jequié, pela insegurança de não receber seus salários, mas isso não se justifica: o médico tem que ter responsabilidade frente ao serviço e frente ao paciente””.

Solla afirmou que a Secretaria da Saúde garante o pagamento dos salários e que se a cooperativa não honrar seu compromisso com os médicos, a Sesab vai tomar medidas jurídicas para fazer os pagamentos, suspendendo o pagamento à cooperativa e o fazendo diretamente aos médicos. “”A margem de lucro da Coopamed é tão grande que com o crédito que eles têm conosco referente aos dois próximos contratos que vão vencer, um em meados de maio e outro em outubro, daria para pagar todos os salários atrasados dos médicos. O estado está sendo avalista dos pagamentos””, ressaltou Solla.