Pioneira no mapeamento da produção de arte eletrônica no Brasil, diretora e curadora do Festival Internacional de Arte Eletrônica e uma ativa articuladora das artes no circuito mundial, a baiana Solange Farkas é a nova diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).

“Trazer para o MAM a curadora internacional de arte eletrônica tem o propósito de ampliar o diálogo da arte da Bahia com o mundo, não só abrigando grandes exposições, mas também promovendo o intercâmbio de artistas e saberes”, afirmou o secretário da Cultura, Márcio Meirelles. Ele ressaltou que Solange Farkas tem muito a contribuir para as artes  com sua experiência com a arte tecnológica, onde até o celular é um audiovisual.

“Assumir esse desafio tem a ver com voltar às raízes, mas com o olhar dirigido para o futuro”, disse Solange Farkas, assumindo o compromisso de olhar apara s práticas artísticas contemporâneas, às quais está especialmente ligada, mas respeitando as tradições. “Vamos lidar com o histórico na contemporaneidade. É o momento de conectar a Bahia com outras expressões e entrar no circuito contemporâneo internacional, que é muito colaborativo, principalmente com a troca de experiências entre os artistas”.

Outro desafio é transformar o MAM Bahia em referência para outros espaços culturais, “sob a ótica do museu como espaço de troca”, com programas de circulação de acervos, de obras, de conhecimentos e também de formação.

Natural de Feira de Santana, Solange Farkas conduz a Associação Cultural Videobrasil, que abriga um acervo de aproximadamente três mil títulos, englobando uma significativa produção de vídeos experimentais no Brasil e na América Latina. Tem participado do circuito de festivais e mostras internacionais de arte eletrônica como curadora e jurada. É membro permanente do conselho para o programa de atividade do Prince Claus Fund (Amsterdam, Holanda), do conselho curatorial do Centro Cultural São Paulo e do conselho editorial da Revista Tela Viva.

Entre suas premiações, destaque para o Prêmio Sérgio Motta, por sua atuação na área de arte e tecnologia. Um dos seus trabalhos de curadoria apresentado no Museu de Arte Moderna foi a Mostra Pan Africana de Arte-Contemporânea, em cujo catálogo escreve inclusive sobre o MAM e a arte afro-baiana/brasileira.

O anúncio da nova diretora aconteceu em reunião na sede da Secretaria da Cultura, com as presenças do diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Frederico Mendonça, e das dirigentes dos museus Abelardo Rodrigues, Wanderley Pinho, Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, Tempostal  e Coleção de Arte Popular.

Na oportunidade, Márcio Meirelles sugeriu a montagem de exposições itinerantes com o acervo do MAM e também de outros museus, para circular por todo o estado, incluindo palestras, seminários e outras dinâmicas para sensibilizar o público para as artes. Esse circuito deve incluir em cada região um acervo de produções locais e pode preceder a realização dos salões de artes.