Contribuir para a redução dos indicadores de saúde de Feira de Santana, a exemplo da tuberculose e mortalidade infantil, na deficiência de leitos pediátricos e das necessidades que envolvem o atendimento de urgência e emergência no município, considerado o maior entroncamento das regiões Norte e Nordeste do país. Este foi o desafio aceito pelo médico Vagner Oliveira Bonfim ao tomar posse, na tarde de ontem (9), no cargo de diretor do Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana.

O secretário Jorge Solla falou sobre a importância da nomeação de Vagner Bonfim, o primeiro diretor escolhido pelo novo governo para gerir um hospital. “Vamos trabalhar em conjunto com a prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde porque não estamos aqui para competição entre poderes, mas sim para somar esforços e melhorar o atendimento hospitalar do povo de Feira de Santana”, declarou Solla.

Aproveitando o momento, o secretário elogiou o processo de transição, agradeceu aos funcionários e lembrou que a área de Saúde é prioridade do governo Jaques Wagner. Enfatizou que só a vontade política não é suficiente para a resolução dos problemas na área da saúde, “é preciso a união de todos, enfrentando a má remuneração e as condições ruins de trabalho, para obtermos bons resultados”.

A solenidade contou com a presença dos superintendentes da Sesab, diretores e funcionários da unidade hospitalar, secretária municipal de saúde, Denise Mascarenhas, diretora da 2a Dires, Graça Pimenta, o deputado José Neto, vereadores e representantes de entidades de classe.

Prioridades

Reformar, ampliar e adequar a estrutura física às necessidades atuais do hospital são metas de trabalho do médico Vagner Oliveira Bonfim para o Clériston Andrade. “Inicialmente, vamos fazer um levantamento das prioridades, mas digo que o nosso objetivo principal é transformar o hospital em uma unidade de ensino, voltado para novos profissionais de saúde e também para pesquisas”, disse o diretor. Segundo ele, o centro cirúrgico está defasado e o número de leitos e salas de cirurgia datam de 23 anos.

“Temos uma demanda muito alta com agravos de urgência e emergência porque Feira de Santana é um entroncamento importantíssimo para a região e atendemos a quase três milhões de habitantes da macrorregião. Vamos rever a estrutura física, estimular e criar incentivos para os funcionários. Ver o orçamento, priorizar urgência e emergência e o serviço de pós-graduação e trabalhar em conjunto com o secretário e superintendentes na realização de um planejamento estratégico para o hospital”, explicou Vagner Bonfim.

Clériston Andrade

Com 264 leitos, sendo 23 leitos de UTI (dez adultos, cinco neonatais e oito pediátricos), o Hospital Geral Clériston Andrade faz parte da rede hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), atende a população do município e mais 111 cidades circunvizinhas.

Construído há 23 anos, o hospital é referência para a região da 2a Diretoria Regional de Saúde (Dires), formada por 27 municípios, com uma população estimada em quase três milhões de usuários da macrorregião de Feira de Santana.

A média de atendimento do HGCA é de 13 mil pacientes/mês e de três mil no ambulatório. Atua nas especialidades de clínica médica, pediatria, ortopedia, obstetrícia, gestação de alto risco e clínica cirúrgica.

Hospital do tipo geral, mas com ênfase maior em urgência e emergência, possui 1.276 servidores, sendo 163 médicos e 24 residentes. O Clériston Andrade dispõe ainda de banco de leite humano, serviços de bioimagem, fisioterapia para os pacientes internos, banco de sangue, laboratório e farmácia.

Integrado ao Programa de Residência Médica da Sesab/SUS, o Clériston Andrade foi o primeiro hospital do Nordeste a receber o título de Amigo da Criança, concedido pelo Unicef, por adotar medidas incentivadoras ao aleitamento materno.

O banco de leite da unidade é referência para o Estado e se sustenta na doação feita por mães que têm secreção láctea superior às necessidades de seus filhos. O banco de leite é dotado de ordenhadeiras elétricas, freezers, refrigeradores e material específico para coleta, pasteurização, controle de qualidade e distribuição.

Depois de processado, o leite é distribuído a recém-nascidos e lactentes internados em berçários, unidades pediátricas, UTI neonatal ou domicílio, e para aqueles cujas mães estão clinicamente impossibilitadas de amamentar. A unidade também tem implantado o Projeto Mãe Canguru com equipes treinadas para esse tipo de atendimento.