As vítimas da enchente do Rio São Francisco começaram a receber hoje (02) parte dos alimentos arrecadados pela campanha Carnaval sem Fome. A entrega foi feita pela presidente das Voluntárias Sociais da Bahia, Fátima Mendonça, e pelo diretor-executivo do comitê baiano do movimento Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, Raimundo Bandeira, no centro cultural de Bom Jesus da Lapa, na região do Médio São Francisco, a 777quilômetros de Salvador.

Durante a visita, Fátima Mendonça também participou da inauguração da nova sede do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), onde 260 crianças são assistidas. A primeira-dama aproveitou sua ida, mais uma vez ao município, para voltar à famosa gruta de Lapa, onde fica o santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa, e conhecer o abrigo Aloísio Tanajura, que cuida de crianças encaminhadas pelo Conselho Tutelar.

Feliz por ter contribuído para minimizar o sofrimento das vítimas da chuva, Fátima Mendonça ressaltou a participação do povo baiano na ajuda às famílias atingidas pela enchente. “Com a ajuda da população, assumimos o compromisso de arrecadar alimentos para as vítimas e aqui estamos cumprindo essa missão”, disse Fátima Mendonça. Ela assinalou ainda que não poderia deixar de retornar à gruta para fortalecer sua fé e pedir ajuda para continuar ajudando ao povo da Bahia.

Vítima da enchente, Jucilene Neves, 30 anos, disse que os alimentos chegaram no momento exato. “Minha família já estava sem comida”, disse. Moradora de um dos bairros atingidos pelas águas, Jucilene contou que todo ano é obrigada a procurar abrigo devido às inundações. A agricultora Donizete dos Santos, 38 anos, foi outra que agradeceu a ajuda. Ela contou que a casa onde morava foi destruída pelas águas, assim como sua pequena lavoura. “A perda de tudo é situação costumeira para quem vive às margens do rio ou nas ilhas”, resume.

O prefeito Roberto Maia foi outro que mostrou-se satisfeito com a ajuda recebida. “Chegou em boa hora. Temos cerca de 1.500 desabrigados e esses alimentos vêm em momento importante. As águas do rio ainda não baixaram, o que impede as famílias de retomarem suas lavouras. A população ribeirinha vive basicamente da agricultura de subsistência”, explicou Maia.