Os 90 anos da Academia de Letras da Bahia (ALB) foram comemorados hoje (7), em solenidade no Palacete Góes Calmon, em Nazaré. A noite festiva, com a presença do governador Jaques Wagner e escritores ilustres,  foi  marcada pelo lançamento da edição 2007 do prêmio nacional da entidade, que este ano terá como tema a poesia. Com 38 integrantes, a academia baiana deve receber em 2007 mais dois imortais para assumir as cadeiras deixadas por Oldegar Vieira e Jorge Calmon. As eleições serão realizadas até o final do primeiro semestre.

“As lições deixadas pelos intelectuais que fizeram, e fazem, parte dos 90 anos da história dessa academia são muito claras”, afirmou Wagner, que ressaltou fatos da história da ALB que contribuíram para o desenvolvimento cultural do estado. Ele fez o discurso na abertura do novo ano acadêmico.

Wagner reafirmou o interesse na parceria com a instituição. “O Governo da Bahia precisa mais do que nunca dos nossos intelectuais”, disse, fazendo questão de desmistificar a idéia de que as academias de letras são instituições fechadas. “Queremos contar com a ajuda da Academia para políticas específicas, a exemplo do programa de estímulo à leitura”, completou.

O presidente da ALB, Cláudio Veiga, reafirmou que a academia é uma casa aberta em permanente interação com a sociedade. “Não apenas pelas atividades realizadas pela instituição como também pelas obras dos seus membros”, disse. Ele informou que as inscrições para o prêmio nacional da ALB estão abertas com julgamento previsto para novembro.

O Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado amanhã (8), também foi destacado pelos acadêmicos da ALB. A instituição tem o maior número de mulheres entre as academias do país, sete no total. A ALB também foi a primeira academia a aceitar mulheres, em 1937, com o ingresso da intelectual feminista Edith Mendes da Gama e Abreu. A academia baiana foi fundada em 1917, duas décadas depois que Machado de Assis fundou a Academia Brasileira de Letras.