Recursos de R$ 164 milhões, provenientes do Banco Mundial (Bird) e do governo da Bahia, serão investidos em melhorias habitacionais e urbanísticas no estado, beneficiando 120 mil famílias. Na presença do governador Jaques Wagner, as ações foram asseguradas hoje (11) com a assinatura de um memorando de entendimento entre os governos baiano e da Itália.

O evento aconteceu na 7ª Reunião do Comitê Tripartite do Projeto de Apoio Técnico e Metodológico (PAT), que prestará assistência à implementação do Programa de Desenvolvimento Integrado em Áreas Urbanas Carentes do Estado da Bahia – Viver Melhor II (Viver Comunidade).

Com o acordo, o Viver Comunidade buscará reduzir a pobreza urbana por meio de melhorias habitacionais e de acesso da população aos serviços básicos. O público-alvo é a população vulnerável e economicamente desfavorecida de Salvador e do interior. O comitê tripartite é formado por representantes do Bird e dos governos da Bahia e da Itália. A reunião prossegue até amanhã (12), no Hotel Pestana, no Rio Vermelho.

Wagner se declarou satisfeito com o fortalecimento e a ampliação dados pelo governo italiano ao Viver Comunidade. “Acredito na cooperação internacional, não só pelo auxílio material, mas pelo relacionamento que se constrói entre dois países e dois povos. Esse convênio confirma uma preocupação nossa: a realização de melhorias habitacionais em áreas de pobreza urbana e a elevação da qualidade de vida da população”, afirmou.

Representando o governo da Itália, o diretor-geral da Cooperação Italiana para o Desenvolvimento, Alain Giorgio Maria, destacou que as relações entre o seu país e o Brasil têm tudo para continuar. “O crescimento das cidades é algo visto no mundo todo e não é diferente no Brasil e na Bahia. Assim, estamos disponíveis para continuar trabalhando com o governo baiano, aprofundando temas ligados a melhorias urbanas”, disse.

Participaram do evento representantes de movimentos sociais atuantes em regiões de Salvador que serão beneficiadas pelo programa. Entre eles, estava Fábio Ferreira, presidente do Núcleo de Apoio ao Desenvolvimento de Pirajá. Ele informou que mais de 70% da população do bairro mora em casas precárias.

Minimização dos problemas

Segundo Fábio, são muitas as necessidades relacionadas à infra-estrutura e ao meio ambiente, sobretudo pela poluição de cachoeiras e contaminação de bacias. “Nossa esperança é de que esses problemas sejam minimizados com a implantação desse programa”, explicou.

O mesmo discurso foi adotado por Eginaldo Santos Filho, conselheiro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Cobre, no Parque São Bartolomeu. “Lá, as áreas verdes foram invadidas pelas pessoas que construíram moradias improvisadas”, observou.

Também conselheira da APA, Mãe Val, representante do Terreiro Mukunndewá, em Novos Alagados, espera que a implantação do programa na comunidade traga melhorias ao local. “São muitas famílias que vivem em condições subumanas por causa da ocupação desordenada”, disse. A APA da Bacia do Cobre é considerada o segundo maior bioma de mata atlântica em área urbana do Brasil.

O representante das comunidades de Sussuarana, Pituaçu e Tancredo Neves/Beiru, Silvino Gonçalves, também afirmou que as necessidades da população local são muitas, devido à ocupação irregular nessas áreas. “As pessoas moram em locais de difícil acesso, onde às vezes não há nem serviço de coleta de lixo. E tudo isso colaborou para a degradação do meio ambiente, como o assoreamento dos córregos dos rios”, declarou.