A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh) realizará em Barreiras (BA), de 28 a 30 deste mês, o Encontro do Cerrado Baiano. O evento vai analisar a realidade do bioma e pautar políticas públicas estratégicas, para sua conservação e sustentabilidade sócio-ambiental.
Ambientalistas, biólogos, sociólogos, educadores, ong’s, estudantes e entidades foram convidados a conhecer e debater sobre o cerrado, além de ampliar a consciência ecológica baiana, sobre as ameaças ao bioma (comunidade biológica).
As conclusões do encontro serão registradas em um livro, a ser editado com o conteúdo das palestras e seminários. O objetivo é apoiar ações educativas, como oficinas de educação ambiental, e servir como referência, pois o acervo bibliográfico sobre os biomas baianos ainda é reduzido.
Segundo Juracy Marques, assessor da Semarh, para a área de biomas, o mais positivo é poder descentralizar as ações. “A secretaria tem se deslocado até os biomas para conhecer seus problemas e, assim, desenvolver políticas públicas com legimitidade”, destacou.
O órgão realizou nesta gestão, encontros da caatinga (Paulo Afonso), mata atlântica (Salvador) e manguezal (Maragogipe). “O que se pode trazer dos encontros anteriores é a experiência do conhecimento, dos desafios e da metodologia aplicada”, enfatizou Marques.
No caso do cerrado, o grande problema, segundo o ambientalista, é a destruição da cobertura vegetal da área, para dar lugar às monoculturas da soja, eucalipto e cana-de-açúcar. A destruição da fauna e da flora prejudica e compromete as nascentes dos rios, afirmou Marques, que aponta o cerrado como o bioma baiano mais degradado.
A programação inclui discussões sobre temas, como o Corredor Central do Cerrado, voltado para a conservação da biodiversidade da região, a inserção na Rede Cerrado, o coletivo de instituições, que trabalha para a proteção do bioma, e a PEC Cerrado, proposta de emenda constitucional que pretende reconhecer a caatinga e o cerrado como patrimônios nacionais. Será debatido ainda o zoneamento ecológico-econômico da área.
O encontro será aberto pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia, Juliano Matos, contando com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), Centro de Recursos Ambientais (CRA), Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb), além de diversos pesquisadores e instituições que trabalham com o bioma cerrado.