As ações desenvolvidas pela Secretaria da Saúde do Estado, por meio do Sistema Estadual de Transplantes, apresentam resultados positivos. Esta semana, foi realizada a primeira captação de órgãos em Feira de Santana, no Hospital Geral Clériston Andrade. A família da secretária N.G. C., 42 anos, vítima de derrame cerebral, que teve a morte cerebral constatada no dia 8 deste mês, após seis dias de internamento, autorizou a doação de seus órgãos, captados na madrugada de ontem (10). Com isso, amplia para 24, o número de doações de múltiplos órgãos autorizadas este ano, superando em mais de 30% o total de doações contabilizadas em 2006, que foi de 16.
O fígado e as córneas foram enviados à Central de Órgãos, em Salvador, para utilização em transplante, respeitando a lista de espera. O coração para Curitiba, a fim de ser usado em transplante de válvula cardíaca, cirurgia ainda não realizada na Bahia.
Atualmente, existem na Bahia, aproximadamente 3.500 pacientes em fila de espera para transplante de órgãos. Com a finalidade de ampliar o número de doações e de transplantes, a Secretaria da Saúde do Estado está investindo em uma série de ações, entre elas, a interiorização das atividades de transplante. Segundo o médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, este ano foram realizados 167 transplantes no estado, sendo 100 de córnea, 18 de fígado, 39 de rins e 10 de medula.
A negativa familiar ainda é um dos principais problemas enfrentados na área da doação e transplante de órgãos. De acordo com Moura, enquanto no Brasil a média de negativa familiar está em torno de 25%, na Bahia este percentual é de 62,9%, ou seja, mais de 60% das famílias de potenciais doadores não autorizam a doação de órgãos.