Os atletas dos vários países que disputaram nos estádios os títulos na XV edição dos Jogos Pan e Parapan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro nos meses de julho e agosto, nem tinham idéia de que contavam com a proteção dos céus. Enquanto eles suavam seus uniformes na conquista de medalhas, nos ares uma turma de experientes pilotos brasileiros garantiu que a violência do Rio de Janeiro não iria ofuscar o brilho dos jogos, muito menos expor as chagas da Cidade Maravilhosa para os olhos da imprensa internacional que cobriam o evento e da atenta platéia de mais de 45 mil expectadores que vieram de todos os cantos do mundo para assistir ao espetáculo.

Foi justamente para assegurar a integridade de todos, atletas, turistas e moradores, durante os Jogos que a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) mobilizou mais de três mil policiais civis e militares que integram a Força Nacional de Segurança (FNSP), formada a partir do esforço conjunto dos órgãos de segurança de 25 estados e do Distrito Federal. Coube a esses homens a responsabilidade de garantir a tranqüilidade do Rio de Janeiro durante a festa dos Jogos Pan e Parapan-Americanos.

Entre os homens da Força Nacional de Segurança, uma turma especial de 65 pilotos do Grupamento Aéreo ganhou fama e prestígio, passando a ser conhecidos como os “Cavalheiros do Ar” ou os “Top Guns” brasileiros (referência a filmes de sucesso estrelados por atores que alcançaram a celebridade, como Tom Crusie, representando papéis de “mocinhos” aviadores). Responsáveis pelo patrulhamento aéreo, mapeamento e reconhecimento de áreas de risco, os pilotos da FNSP deram mais versatilidade às ações de segurança durante o evento. O desempenho do grupo garantiu não apenas a tranqüilidade nos Jogos, mas a sua presença em todos os eventos de nível internacional.

Como o boxeador Pedro Lima, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, outros baianos fizeram história no Rio durante o evento. Não conquistaram medalhas, mas deixaram na capital carioca, a marca da Polícia Militar baiana, não só pelo trabalho que desempenharam durante a operação de segurança dos jogos, mas pela contribuição que deram para a população carioca possa continuar respirando um clima de maior tranqüilidade após a realização dos jogos, com a presença de homens treinados por eles.

O piloto de helicóptero capitão Renato Lima, ao lado dos colegas capitão Wolney, também piloto, e dos sargentos Ricardo e Viana, tripulantes operacionais, todos do Grupamento Aéreo (Graer) da PM baiana, foi um dos responsáveis pelo sucesso que os “Cavalheiros do Ar” conquistaram no Rio de Janeiro. Conforme recorda Lima, a operação realizada durante o Pan foi tão positiva que a Força de Segurança Nacional foi convocada a permanecer na cidade para repetir o trabalho durante os Jogos Parapan-Americanos.

Para apoiar essa força terrestre nas suas ações e intervenções, a Senasp disponibilizou 24 aeronaves, sendo 14 delas helicópteros com três horas de autonomia de vôo, e montou uma estrutura denominada de Aviação Nacional de Segurança Pública (ANSP). Para operar as aeronaves foram convocados mais de 30 pilotos e 40 tripulantes operacionais dos estados que compõem a FNSP. Essas tripulações passaram por um programa de nivelamento, ou seja, um treinamento prático, para ambientação dos pilotos no espaço aéreo do Rio, e teórico com palestras sobre segurança de vôo.

Integrante do Graer, o capitão Renato Lima foi um dos responsáveis pelo nivelamento de todas as tripulações envolvidas na segurança dos jogos. Comandado pelo também piloto de helicóptero major Lázaro Monteiro, o Graer foi implantado na PM baiana em dezembro de 2006, atuando em missões de socorro e ações de salvamento, patrulhamento e até perseguições de suspeitos.