A Bahia possui importantes reservas de água subterrânea, aqüíferos com água em qualidade e quantidade. E esse será um dos assuntos a serem expostos pelo Pós-Doutor em Hidrogeologia e professor do Instituto de Geociências da Ufba, Luiz Rogério Bastos Leal, na próxima palestra da série Diálogo das Águas, que terá como tema A Gestão Integrada das Águas Subterrâneas.
O evento acontecerá na próxima sexta-feira (26), no Auditório Paulo Jackson, da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), no Itaigara. Para participar do Diálogo das Águas, é preciso efetuar a inscrição, gratuitamente, pelo telefone: (71) 3116-3009 ou pelo e-mail: cerimonial@srh.ba.gov.br.
O professor, que é Mestre e Doutor em Geociências pela USP e Pós-Doutor em Hidrogeologia pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, é um estudioso dos aqüíferos da Bahia, em particular das regiões cárticas, ou seja, associadas às rochas calcárias.
Ele antecipou que vai apresentar os principais domínios aqüíferos e as principais regiões com potencial para o uso das águas subterrâneas na Bahia. Leal citou como exemplos a região do Recôncavo, a região central da Bahia (micro-região de Irecê) e o Oeste, onde está o Aqüífero Urucuia.
O pesquisador também vai falar dos chamados aqüíferos cristalinos, que compreendem boa parte do semi-árido. “Vamos falar sobre esses diversos domínios e sistemas aqüíferos, abordar a importância do entendimento da inter-relação entre as águas subterrâneas e superficiais e destacar as questões técnicas relativas à gestão integrada desses dois sistemas, tendo em vista a ampliação da oferta e o uso racional da água”, acrescentou.
Para o professor, a Bahia tem dois sistemas que se destacam e são considerados como os principais tanto do ponto de vista da quantidade quanto da qualidade da água. O primeiro está na Bacia Sedimentar do Recôncavo e Tucano, que é representado pelo aqüífero São Sebastião. O outro sistema está no Oeste da Bahia, representado pelo Aqüífero Urucuia. Outro sistema importante apontado por ele está na região Sul da Bahia – é o chamado Aqüífero Barreiras.
O professor ressaltou que todos esses sistemas estão fora do semi-árido, que tem menor volume de água e qualidade de potabilidade inferior. Para ele, a gestão das águas no Semi-Árido tem suas especificidades. “A gestão tem de ser diferenciada para essas regiões por força dos diferentes aspectos quantitativo e qualitativo da água”. Ele acrescentou que é possível fazer a transferência da água de uma região para outra. “O uso da água de uma região para outra pode se dar com a perfuração de poços, transferindo a água através de adutoras”, acrescentou.
A proposta da série Diálogo das Águas é estimular a sociedade a discutir temas relacionados à degradação ambiental provocada pela ação do homem e seus efeitos na vida de cada um, principalmente no que diz respeito ao avanço da escassez da água doce em diversas regiões do planeta.