A Superintendência de Recursos Hídricos ampliou a parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana destinando R$ 325 mil para a instituição de ensino. Parte dos recursos – R$ 150 mil – será para instalação dos Núcleos das Águas nos campi avançados da Uefs, em Lençóis e Santo Amaro.
Nesses núcleos, deverão ser desenvolvidas pesquisas e outras atividades relacionadas aos recursos hídricos, com a participação da Universidade Popular das Águas (Unihidro). Os demais R$ 175 mil serão aplicados em estudos e ações conjuntas sobre desertificação e desenvolvimento sustentável, com o envolvimento da Diretoria de Ação Regional, da SRH.
Detalhes sobre a forma de aplicação dos recursos foram discutidos ontem (1), na IV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no Campus da Uefs e hoje (2), na sede da SRH, no Itaigara, entre o diretor-geral da superintendência e representantes da universidade, tendo destaque o desenvolvimento de estudos sobre a desertificação na Bahia.
A previsão é fazer um levantamento da biodiversidade e da fragilidade ambiental das áreas vulneráveis à desertificação no estado. Além disso, a realização de cursos de extensão sobre desertificação, com 120/horas aula para a sociedade.
A professora Raquel Cardoso, assessora técnica de relações institucionais da Uefs, informou que a universidade tem um projeto que será encaminhado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) para estudos de desertificação no semi-árido. Mas a parceria com a SRH possibilitará a ampliação dos estudos.
“A Universidade só tem a ganhar com essa parceria, que vai dar um fôlego maior ao projeto de estudos de desertificação. A gente sai do semi-árido para a Bahia como um todo e outras áreas de desertificação, que não estão só no semi-árido, como é o caso do Oeste baiano”, reforçou.
Ela destacou que o convênio de cooperação técnica com a SRH prevê a criação de uma metodologia apropriada para identificar áreas vulneráveis à desertificação em todo o estado. Isso resulta, segundo explicou, em um trabalho de pesquisa aplicada com o objetivo de beneficiar as populações que vivem nessas áreas. “A importância do trabalho é que a pesquisa chegue à população que precisa ter esse problema resolvido. Nosso objetivo é que a gente tente levar soluções sustentáveis, alternativas diferenciadas, consistentes com a fragilidade levantada do ambiente”, reforçou.
O professor Washington Franca, assessor especial de Relações Institucionais da Uefs, disse que o trabalho vai envolver vários departamentos, como o de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Sociologia e Ciências Exatas, e que há um grupo formado por 12 professores diretamente envolvidos com a temática da desertificação.
diretor-geral da SRH, Julio Rocha, afirmou que convergência de esforços vai permitir traçar um diagnóstico atual das áreas vulneráveis à desertificação na Bahia, no momento em que o estado se prepara para elaborar, em conjunto com todos atores envolvidos, o Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. “É importante trabalhar em parceria com as universidades, e esse aporte financeiro vai dar condições para aquisição de equipamentos, fortalecimento dos campi e desenvolvimento de ações contemplando quem está lá na ponta”.