O Museu Casa do Sertão da Universidade Estadual de Feira de Santana abre, amanhã (10), às 15 horas, a exposição Retratos da Matinha, composta de fotografias de Marcelo Rabelo. A exposição foi aprovada pelo Programa BNB de Cultura, Edição 2007, na categoria Artes Visuais.
Matinha dos Pretos, povoado do distrito de Maria Quitéria, situado a 14 quilômetros da sede de Feira de Santana, possui pequenas propriedades rurais, onde são cultivados feijão, mandioca e milho. Em cooperativa, os agricultores produzem, também, farinha de mandioca.
A origem do nome, segundo a tradição oral, deve-se ao fato da existência de uma densa mata de caatinga, na qual os escravos fugidos das senzalas de fazendas da região, em especial os da Fazenda Candeal, buscavam refúgio, dando origem, no século 19, a uma comunidade quilombola.
Muitas tradições culturais com características afro-descendentes ainda predominam na comunidade local. Exemplo disso é o samba-de-roda, o samba de caboclo, a bata do feijão e as rezas em louvor a Santo Expedito e São Cosme e São Damião, marcadas pelo sincretismo religioso.
A exposição Retratos da Matinha traz fotografias em preto-e-branco feitas em agosto de 2007 pelo fotógrafo e documentarista Marcelo Amado Rabelo. São registros do cotidiano dos moradores que enfocam aspectos de uma comunidade rural com elementos da miscigenação e com práticas tradicionais de matrizes africanas que compõem o universo da cultura local
Depois do Museu Casa do Sertão, a exposição será levada, em 20 de novembro, ao Centro Comunitário da Matinha dos Pretos. Na oportunidade, será realizada uma cerimônia para celebrar a doação do acervo, que passa a compor a memória da população local na data comemorativa ao Dia da Consciência Negra.
Ao longo da carreira de documentarista, Marcelo Rabelo, dirigiu oito curtas e um média metragem, exibidos e premiados em festivais de diversos estados do Brasil. Destaque para Cuitá, a Pedra do Bendegó (2001), Desterro (2003) e Cantos da Matinha (2004).