Companhia de dança espanhola Antonio Gades volta ao palco do TCA

O público baiano vai poder assistir novamente a uma das companhias de dança de vanguarda mais celebradas do mundo, a Compañia Antonio Gades, com o espetáculo “Carmem”. A apresentação e será na sala principal do Teatro Castro Alves, dia 6 de novembro, às 20h30, e faz parte da Série TCA 2007, uma iniciativa da Secretaria de Cultura, por meio da Fundação Cultural do Estado e do TCA.

Os ingressos (inteira) custam R$ 80,00 (filas e A a P), R$ 60,00 (filas de Q a Z) e R$ 40,00 (filas Z1 a Z11) e podem ser adquiridos na bilheteria do TCA ou nos SACs dos shoppings Barra e Iguatemi.

A história da Carmen é a de uma obsessão. A versão para teatro da montagem foi sendo concebida quase que paralelamente à filmagem da fita de Carlos Saura. O êxito obtido pelo filme — que surpreendeu, inclusive, os próprios artífices do milagre — animou o autor a realizar a sua versão teatral, obra-prima da dança espanhola, agregando-a ao seu repertório, que já contava com duas obras de significativo peso artístico, Bodas de Sangre e a Suíte de Flamenco.

A estréia parisiense, em 1983, foi um excepcional êxito de crítica e de público, situando Antonio Gades, definitivamente, na esfera dos mais importantes bailarinos e coreógrafos do mundo. Os motivos que levaram Antonio Gades a realizar este trabalho de criação se resumem em uma série de idéias que expôs nas diversas entrevistas coletivas que concedeu. Em sua opinião, “Carmen não é uma mulher frívola nem uma devoradora de homens, mas uma mulher honesta que quando ama diz que ama e quando não ama diz que não ama, ou seja, uma mulher livre”.

A Compañia Antonio Gades apresenta uma versão de Carmen, onde a protagonista absoluta é a dança, e quem diz dança diz ritmo, música, movimento. Sem desdenhar, muito pelo contrário, da formosa partitura de Bizet, a intenção dessa versão é a de encontrar nas raízes e nas idiossincrasias espanholas, os elementos desta Carmen. Por isso, a dança e o cante flamenco.

Legado

Meses antes de falecer, visando a proteger o seu legado, o bailarino espanhol Antonio Gades criou uma fundação. Uma instituição encarregada de zelar pelo seu patrimônio artístico, e que ajudasse a difundir a sua obra, fomentando, a partir dela, um maior conhecimento da dança espanhola em todo o mundo. A companhia é integrada por pessoas da total confiança de Antonio, e em boa parte indicadas por ele mesmo para a fundação, antes de sua partida. A montagem das obras de Gades está sendo empreendida, naturalmente, seguindo as diretrizes coreográficas fornecidas pelo próprio “maestro”.