O Escritório de Governança, que alinhará iniciativas da União, do Estado e do Município para a preservação do Centro Histórico de Salvador, foi inaugurado hoje (23). O espaço será usado para discussão e conciliação das ações, propostas e programas voltados para o Pelourinho e todo o seu entorno (Centro Antigo), envolvendo as três esferas de governo, moradores, comerciantes, empresas e representantes de instituições.

A sustentabilidade do Pelourinho é uma das prioridades do governo da Bahia e faz parte das ações do Escritório de Referência. “Daqui vamos encaminhar as demandas para os órgãos competentes. A intenção é fazer um trabalho amplo e com ações de médio e longo prazo”, afirmou a gestora do escritório, Beatriz Lima.

O secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles, destacou as ações que já estão em andamento no local, como o convênio que deve ser assinado em novembro com o Ministério das Cidades para a elaboração de um plano de revitalização da área e a renegociação das dívidas de aluguel e taxas dos moradores e dos comerciantes com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), que chegam a R$ 3 milhões.

Além de conciliar as atividades e propostas para o Centro Antigo, o Escritório de Referência terá a tarefa de elaborar e implantar o Plano Estratégico de Gestão, com ações de curto, médio e longo prazo. As atribuições do escritório incluem ainda a gestão das atividades de reforma, recuperação e manutenção física do Centro Antigo e a captação de recursos para viabilizar os projetos.

A Unesco é uma das parceiras do escritório. A coordenadora de Cultura da entidade, Jurema Machado, acredita que a parceria terá como resultado um projeto que atenda tanto à população quanto aos turistas e focada na preservação do patrimônio. “O trabalho aqui é de conservação cultural, histórica e de uma infinidade de aspectos. Não podemos entender o Pelourinho sob uma só ótica”, afirmou.

Expectativas renovadas

Para os moradores e comerciantes locais, a criação do escritório renova as expectativas. “A criação do escritório nos tranqüiliza, porque mostra que o governo está preocupado não só com a conservação do patrimônio histórico, mas também com a cultura e com as pessoas que aqui vivem”, disse Clarindo Silva, dono da Cantina da Lua, um dos bares mais tradicionais do Pelourinho.

“Eu acho que desse projeto sairá o pontapé inicial para a solução definitiva dos problemas do Centro Histórico. É preciso pensar isso aqui como um bairro onde vivem pessoas e não só como um ponto turístico”, disse Marinalva Machado, uma das coordenadoras da Fundação Mestre Bimba.