Artistas, produtores e agentes culturais definem as três prioridades para o desenvolvimento da cultura na Região Metropolitana de Salvador: criação de planos, de programas de formação cultural e a instalação de sistema de cultura. As diretrizes foram aprovadas na plenária do Encontro Territorial de Cultura, ontem (18), que reuniu cerca de 300 participantes dos 11 municípios da RMS, no auditório do Liceu de Artes e Ofícios, no Centro Histórico de Salvador.

Depois de dois dias de debate em vários pontos do Centro Histórico, os representantes da RMS também definiram as propostas para as áreas de Políticas e Gestão Cultural, Culturas Populares, Audiovisual e Radiodifusão, Pensamento e Memória, Patrimônio Material, Patrimônio Imaterial e Expressões Artísticas (Artes Visuais, Circo, Dança, Literatura, Música e Teatro).

Promovido pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult), o evento em Salvador encerrou a maratona de encontros territoriais que antecedem a II Conferência Estadual de Cultura (25 a 28 deste mês, em Feira de Santana). No total, mais de 35 mil pessoas já discutiram e definiram as prioridades para a cultura em 358 municípios. Na Conferência Estadual, as propostas dos 26 territórios baianos serão agrupadas na perspectiva de construção do Plano Estadual de Cultura.

“Essa ampla escuta pública, contemplando todos os municípios, é um grande progresso para a cultura”, afirmou Kamayura Saldanha, gestora da rádio comunitária de Lauro de Freitas e “ativista cultural”, como ela se denomina. “O que a gente está buscando na conferência é valorizar o patrimônio imaterial das nossas manifestações culturais e criar o Plano Estadual de Cultura com base nas raízes culturais da Bahia”.

Para o cineasta e produtor cultural Elson Rosauro, de Salvador (diretor do documentário Mário Gusmão, o anjo negro da Bahia), a expectativa é “abrir novas possibilidades para o audiovisual, com a interiorização de ações, principalmente para formação de platéias e circulação de produtos audiovisuais baianos”.

A maioria presente no Encontro Territorial da Região Metropolitana aplaudiu todas as propostas para democratização e descentralização da cultura no Estado. O músico Tel Guedes, de Lagedo Alto, distrito de Iaçu, morando em Salvador, concluiu: “Vamos torcer para que as propostas sejam atendidas e todos os setores da cultura sejam beneficiados, incluindo aí o samba rural e a música regional”.

“Esse é um momento novo para a Bahia, de pacto entre a sociedade e o governo para a construção de políticas públicas para a cultura”, disse o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, no encerramento do encontro, quando agradeceu a todos os participantes e à superintendente de Cultura, Ângela Andrade, pela coordenação dos encontros em todo o estado, lembrando que a I Conferência Estadual contou com a participação de apenas 14 municípios e agora quase todas as cidades baianas estarão com seus representantes na II Conferência, na próxima semana, em Feira de Santana.