Os jovens da Bahia vão discutir com os gestores públicos o plano estadual que atenderá às suas necessidades. Para isso, o Governo do Estado lançou hoje (31) a Conferência da Juventude, que analisará as políticas públicas e os projetos para beneficiar a população com idade entre 15 e 29 anos. O evento aconteceu no Instituto Anísio Teixeira (IAT), Paralela, e reuniu mais de 200 jovens e representantes de organizações não-governamentais (ONGs).
A conferência, que será realizada nos dias 14, 15 e 16 de março de 2008, permitirá que representantes de 32 entidades, organizações juvenis, pesquisadores e gestores públicos ajudem na construção de um plano múltiplo com ações nas áreas de educação, segurança pública, cultura e geração de emprego e renda. O resultado final será apresentado em Brasília, em abril, na Conferência Nacional da Juventude.
Até 15 de dezembro serão realizados os 26 encontros territoriais. As primeiras plenárias acontecem nos territórios do Velho Chico e do Recôncavo, conduzidas pela Secretaria de Relações Institucionais (Serin).
O secretário adjunto da Secretaria Nacional da Juventude e coordenador da conferência nacional, Danilo Moreira, afirmou que a discussão descentralizada vai ajudar a Bahia a construir um plano plural capaz de atender aos jovens das diversas regiões, como litoral, semi-árido, oeste e Chapada Diamantina. “Assim se possibilita que os jovens do interior possam contribuir para o diagnóstico da situação da juventude no estado”, explicou.

Plano Plurianual

A opinião popular vai orientar a ação do poder público e se assemelha ao trabalho desenvolvido durante a elaboração do Plano Plurianual 2008/2011, quando mais de 12 mil baianos participaram de assembléias e ajudaram o Governo do Estado a decidir como aplicar seus recursos.
O debate deve mobilizar diretamente 8 mil pessoas, entre pré-conferências, conferências municipais e etapas territoriais, em toda a Bahia. “A idéia é que possamos envolver o público-alvo da discussão. O jovem quer oportunidade e nada melhor do que chamá-lo para opinar nas políticas e ações do Estado que irão ajudá-lo a conquistar o que precisa”, disse o secretário estadual de Relações Institucionais, Rui Costa.
Para o coordenador do Coletivo de Juventude da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Thiago Rios, outro grande problema é a falta de emprego e de garantias trabalhistas para os jovens. Ele afirmou que, em sua maioria, os jovens recebem menos da metade do salário de um trabalhador adulto.
“O movimento social vê essa conferência como um grande passo, porque acaba com essa invisibilidade que a juventude tem na Bahia há décadas, dando oportunidade da gente participar da discussão das políticas públicas”, destacou Rios.

Curso profissionalizante

O coordenador pedagógico do Ilê Aiyê, Gelton de Oliveira, acredita que há demanda para os jovens, mas que nem sempre eles estão qualificados para ocupar as vagas. Por isso, o grupo resolveu oferecer curso profissionalizante para jovens carentes. “Em oito anos, já formamos mais de mil pessoas. Nosso trabalho inclui noções de cidadania, porque queremos formar cidadãos”, explicou.
Para Carine Lopes, 17 anos, aluna do curso de Dança, os conhecimentos sobre política e cidadania são imprescindíveis. “Sem saber dos nossos direitos e deveres fica mais difícil reivindicar”, disse.