A Secretaria Estadual da Educação aposta na aproximação da comunidade da escola e no papel dos conselhos comunitários de segurança como ferramentas eficazes, na implementação de uma cultura da paz e não violência nas escolas. A partir desse pressuposto, a SEC quer atrair ainda mais a comunidade para dentro da escola com o objetivo de fazer com que a população se sinta parte do universo escolar e co-responsável pelo que ocorre ao seu redor. O assunto foi discutido hoje (01), em videoconferência realizada no Instituto Anísio Teixeira (IAT) – Gestão Comunitária de Segurança Pública: Ações Preventivas.
“É preciso que a comunidade venha, cada vez mais, absorver que a escola é sua”, propõe o secretário estadual da Educação, Adeum Sauer. Segundo ele, por mais que a escola tenha suas barreiras físicas, é impossível impedir que o aluno leve para dentro dela a violência que absorve da sociedade e, muitas vezes, da própria família. Entretanto, ao invés de adotar políticas de repressão, a SEC aposta em uma política de valorização da vida, difusão de valores e da cultura da não-violência.
Um dos passos dados nesse sentido é uma parceria firmada com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança. “Todos comungam dessa idéia de segurança preventiva. Esse é um diálogo muito importante porque quando a gente quer alcançar uma mudança, precisa fomentar uma opinião pública que comungue dessa mudança”, avalia Sauer.
Atualmente, existem 214 conselhos comunitários de seguranças no estado. A idéia é ampliar, até 2010, para 500. O papel destes conselhos é servir como elo entre a comunidade e os órgãos de defesa social. As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública apontam que a maior parte dos crimes no estado tem como vítima ou atores, jovens na faixa-etária de até 24 anos. No papel de espaço difusor do conhecimento, que educa e propaga valores, a escola pode servir como um eficiente instrumento na prevenção da violência.
“É preciso fomentar a cultura da paz e da não violência a partir da escola, despertando os alunos para novas atitudes e valores de tolerância e o respeito às diferenças”, considera Sauer. Compartilha da mesma opinião, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Antônio Jorge Ribeiro Santana. “A escola faz parte desse grupo, que consegue agregar estes jovens vítimas ou atores da violência que assola o país inteiro. Portanto, não pode ficar de fora desse processo”, afirma Santana, acrescentando que a Polícia Militar deve contar com o engajamento das comunidades na sua atuação.
A parceria entre a SEC e a SSP não se dá somente por meio da ronda escolar. Há também o Programa de Resistência às Drogas, pelo qual os policiais vão às escolas conscientizar os estudantes para dizerem não às drogas. “Estamos preparando os PMs para o trabalho nas escolas com a finalidade de, no futuro, termos jovens mais conscientes. A escola abre as portas e a PM participa com mais vigor”, destacou o coronel Santana.