Uso da Glicerina Bruta na Produção do Biogás: Aspectos Tecnológicos, Ambientais e Ecológicos é um dos trabalhos vencedores da 3ª edição do Prêmio Petrobrás de Tecnologia, no tema Tecnologia de Energia. De autoria da engenheira agrícola e mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Sabine Robra, a pesquisa foi orientada pela professora doutora em Química Inorgânica, Rosenira Serpa da Cruz, ambas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) (Ilhéus-BA).
Estavam inscritos, em nove temas tecnológicos do prêmio, 421 trabalhos de estudantes de graduação, mestrado ou doutorado das mais importantes instituições de ensino superior do Brasil.
Os autores dos trabalhos vencedores – um em cada tema – recebem R$ 20 mil na categoria doutorado, R$ 15 mil na categoria mestrado e R$ 10 mil na categoria graduação, além de uma bolsa de estudos do CNPq para elaboração de tese de mestrado, doutorado ou pós-doutorado em instituições de ensino superior nacionais, de acordo com a formação acadêmica.
Já os professores orientadores dos trabalhos premiados de todos os temas recebem a mesma quantia bruta do prêmio recebido pelo aluno, como taxa de bancada.
O trabalho se desenvolve tendo em vista a possibilidade de um aumento da oferta da glicerina, que é um co-produto originado do processo de produção de biodiesel, face ao programa nacional de produção e uso do biodiesel, lançado pelo governo federal.
A pesquisadora avalia que a determinação da viabilidade econômica de instalação de uma fábrica de biodiesel deve levar em consideração a receita obtida com a venda da glicerina residual. “Atualmente, porém, os preços dessa glicerina originada da produção de biodiesel vêm sofrendo forte pressão de queda em função da elevação da oferta, especialmente nos mercados europeu e americano, o que, muitas vezes, torna o seu processo de refino economicamente inviável, particularmente quando essas unidades são de pequena escala e estão localizadas distantes dos centros de refino e do mercado consumidor”, diz. Propõe como uma das alternativas para o aproveitamento desse resíduo, a produção de biogás, com vistas à geração de energia.
As experiências foram feitas no assentamento Fazenda Cascata, no município de Aurelino Leal, na área de abrangência da Uesc. Os resultados parciais indicam que a glicerina residual apresenta um alto potencial para uso como suplemento na produção de biogás, quando adicionada na biodigestão de resíduos orgânicos ricos em nitrogênio, como, por exemplo, o estrume de gado. A adição de apenas 5% de glicerina residual melhorou o desempenho do biodigestor, aumentando em mais de cinco vezes a produção de biogás e otimizando a capacidade útil do equipamento.