2008 será um ano de transformação para 127.350 mil baianos contemplados pelo programa Todos pela Alfabetização (Topa), por meio da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). São jovens e adultos que, ao final da primeira etapa do programa, em maio, já poderão ler, escrever e vivenciar uma oportunidade única de inclusão social.

O resultado, nesta primeira etapa, já supera todas as expectativas. As ações coordenadas pela universidade contemplam 221 municípios baianos, contando com mais de 10 mil alfabetizadores, 606 coordenadores de turma e 54 tradutores de libras.

A expressiva marca consolida a Uneb como a principal parceira do governo estadual no projeto. O compromisso assumido pelo reitor Lourisvaldo Valentim é de atingir 50% da meta oficial, ou seja, 500 mil pessoas alfabetizadas até 2010.

"Estamos realizando uma grande mobilização em todos os departamentos, com estudantes, professores e técnicos. Este projeto reforça a missão da universidade de promover a inclusão social através da educação pública de qualidade", avalia Valentim.

Os outros beneficiados do programa serão assistidos por cerca de 160 entidades parcerias, entre elas as universidades públicas, estaduais e federais, empresas, organizações não-governamentais e prefeituras de 140 municípios.

A cruzada da universidade pela alfabetização começou, efetivamente, no último dia 15, com o início das aulas de alfabetização no município de Coronel João Sá. O município foi escolhido como marco do programa devido ao seu alto índice de analfabetismo, que atinge cerca de 50% da população.

Na ocasião, o governador Jaques Wagner e o secretário de Educação (SEC), Adeum Sauer, participaram da aula inaugural. “A Uneb é uma parceira importante, porque com ela o Topa consegue levar educação de qualidade a todas as regiões do estado. A partir deste momento vamos começar a mudar a realidade do estado”, destacou Sauer.

Formação de qualidade

Coronel João Sá é um dos municípios atendidos pela UNEB através do Topa. Lá, serão 1.265 pessoas beneficiadas em 72 turmas, somente nesta primeira etapa. Em toda a Bahia, são 211.558 alfabetizandos em 14.506 turmas. Nas salas de aula, jovens e adultos, trabalhadores, em sua maioria, entre 15 e 60 anos, começam a descobrir um novo mundo através da educação.

Nessa faixa etária, o analfabetismo no estado atinge a marca de 23% da população. Para contemplar este universo diversificado de alunos, o projeto pedagógico utiliza questões do cotidiano dos estudantes para facilitar a aprendizagem em sala. Além disso, as turmas têm horários flexíveis, com aulas nos fins de semana ou em dias alternados, como forma de evitar a evasão.

"A alfabetização é um direito desses cidadãos. As atividades que o projeto propõe são adequadas às suas reais necessidades, e esse é um ponto importante do Topa", avalia a gerente de Extensão da Uneb, Maria Carolina Soares.

As aulas de alfabetização começaram após um curso de formação dos professores ministrado por docentes de 23 departamentos da Uneb. O objetivo das oficinas foi capacitar os alfabetizadores dentro dos eixos temáticos do programa e seu princípio de formação crítica dos estudantes. Além da formação inicial, o programa também prevê novas oficinas ao longo de sua execução para possibilitar qualificação continuada dos professores voluntários.

"Esta é uma preocupação constante, de garantir a continuidade da educação dessas pessoas, para que, a longo prazo, não seja mais necessário curso de alfabetização de adultos", afirma Fátima Urpia, uma das coordenadoras do topa na Uneb.

A professora ressalta que a falta de continuidade nas ações de alfabetização são responsáveis pelos altos índices de analfabetismo funcional, que chega a 55% da população da zona rural baiana. "Este projeto oferece condições objetivas de inclusão social de milhares de cidadãos que nunca tiveram acesso ao conhecimento. Ao participar desta ampla mobilização, a Uneb se consolida entre as principais instituições comprometidas com o desenvolvimento social do estado", conclui Urpia.