Um passeio tranqüilo para curtir os 26 graus da temperatura média das águas da Baía de Todos os Santos é o grande prêmio do campeão da Transat 6.50 Charente-Maritime/Bahia 2007 (Categoria Serie). Depois de chegar, hoje (26) de madrugada, Hervé Piveteau não quer outra coisa senão dar um tempo, velejando, claro, em um dos variados cartões-postais baianos, ideais para deslizar na água sem estresse.
A Categoria Serie reúne barcos idênticos. Esta característica valoriza a vitória do francês, pois a prova é definida no braço e na estratégia de conseguir os melhores ventos. O vencedor foi recebido no píer do Terminal Náutico da Bahia por outros navegadores que já haviam chegado a Salvador.
Ao desembarcar, Piveteau disse que ficou feliz em pisar o solo, apesar da paixão pelo mar. Ele imaginou que a prova não seria “nem muito difícil, nem muito fácil, mas terminou saindo tudo bem”. O campeão explicou que a ansiedade fica mais complicada de controlar à medida em que a linha de chegada se aproxima. “Gera um pouco de tensão não saber onde os outros estão exatamente”, disse.
O planejamento ajuda a explicar a vitória de Piveteau, que afirmou ter tomado todos os cuidados para chegar a Salvador na frente: “São dois anos trabalhando seguidamente com a Transat”. O principal adversário de Piveteau foi Marin Julia Gérard, com quem duelou pelos melhores ventos, no início da prova, em uma disputa tão acirrada que foi decidida nos detalhes.
Piveteau agradeceu ao navegador Jean-Yves Bernot, que o ajudou na preparação, principalmente no conhecimento do clima e dos ventos, fator fundamental na escolha das rotas que permitem maior velocidade. O campeão da Transat chegou a ter problemas com a vela, que rasgou nas Ilhas Canárias e precisou ser costurada. Este detalhe preocupou Piveteau, pois a corrida poderia ser mais tranqüila.