A inauguração de dois dos 76 casarões que estão em processo de restauração no Pelourinho marcou hoje (3) o início da sétima etapa do projeto de requalificação do Centro Histórico de Salvador. Os imóveis (nº 10 da Rua 28 de Setembro e nº 21 da Rua São Francisco) abrigam oito e três apartamentos, respectivamente, e foram entregues a moradores que já viviam na área e escolheram continuar ali.
As fachadas originais dos imóveis foram recuperadas e as volumetrias mantidas, porque se trata de uma área tombada. A entrega dos casarões teve a participação do governador Jaques Wagner.
Nos dois casarões, vão morar 11 famílias. Ao todo, os imóveis recuperados serão transformados em 103 unidades habitacionais e 55 pontos comerciais. Sete monumentos históricos também serão restaurados, num investimento de R$ 29,37 milhões. A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) é responsável pela execução das obras.
Para Gecilda Melo, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (Amach), o clima é de muita expectativa para que as ações de recuperação continuem e a comunidade seja ainda mais beneficiada.
“Defino essas ações como um resgate da nossa cidadania, uma mudança de vida para nós. Queremos andar pelo Centro Histórico com segurança, sem preocupação com a violência. Afinal, aqui é o nosso lugar”, disse Gecilda, ao lembrar que o lema da Amach é “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

Inclusão social

A sétima etapa do projeto de requalificação do Centro Histórico de Salvador, que considera a recuperação do patrimônio histórico uma forma de inclusão social, tem o apoio do programa Monumenta – iniciativa do Ministério da Cultura financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que visa a revitalização de centros históricos urbanos.
A garantia da moradia para a população local é um dos diferenciais do processo de revitalização, segundo o governador. “Nosso objetivo não é fazer a recuperação sem levar em consideração os interesses do povo. O Pelourinho é parte da nossa gente e uma atração para nós. Então, nossa idéia é possibilitar que parte dessa atração seja o baiano que mora aqui”, explicou o governador.