Os primeiros resultados parciais do monitoramento das águas do Rio São Francisco, divulgados hoje (11), apontam a presença de cianobactérias (algas azuis) acima de 20 mil células por mililitro (ml) de água, o que indica a necessidade de monitoramento por cinco semanas, conforme portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.

Foram feitas coletas de amostras da água em seis municípios baianos, entre eles Malhada, Carinhanha, Serra do Ramalho, Bom Jesus da Lapa e Paratinga, numa extensão de 200 quilômetros. Desde hoje, as análises foram estendidas para os municípios de Barra e Xique-Xique.

O Centro de Recurso Ambientais (CRA) passou a agir de maneira preventiva desde sábado (6), por conta das notícias de floração de microalgas no Rio São Francisco, em Minas Gerais.
Segundo a diretora do CRA, Beth Wagner, é importante ressaltar que as atuais condições climáticas de estiagem e também o lançamento de esgotos e fertilizantes no rio, contribuem para a floração dessas microalgas.

Gosto e odor desagradável

As cianobactérias podem produzir gosto e odor desagradável na água e desequilibrar os ecossistemas aquáticos. Algumas cianobactérias são capazes de liberar toxinas, que não podem ser retiradas pelos sistemas de tratamento de água tradicionais e nem pela fervura, que podem ser neurotoxinas ou hepatotoxinas.

Originalmente, estas toxinas são uma defesa contra devoradores de algas, mas com a proliferação das cianobactérias nos mananciais de água potável das cidades, estas passaram a ser uma grande preocupação para as companhias de tratamento de água.