A Secretaria da Saúde do Estado, por meio da coordenação estadual de DST/Aids e em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids, promove amanhã e quarta-feira (30 e 31), no Hotel Vila Velha (Vitória), a oficina macro-regional de Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia da Aids e outras DST. O evento reunirá representantes de diversos segmentos governamentais e não governamentais dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, com o objetivo de elaborar um plano de ação para operacionalização do enfrentamento da epidemia em âmbito estadual.
De acordo com a assistente social Edivânia Landim, coordenadora estadual de DST/Aids, o plano foi resultado de um esforço intersetorial, que reuniu a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o Ministério da Saúde, e organismos internacionais, a exemplo do Fundo de População das Nações Unidas (UNPFA), Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e organizações da sociedade civil organizada.
Ainda segundo Edivânia, os esforços para elaboração do plano justificam-se em razão do processo de feminização, interiorização e pauperização da epidemia do HIV/Aids, levando à necessidade de uma articulação intersetorial para o enfrentamento das múltiplas vulnerabilidades – sócio-econômicas, de gênero, de raça, entre outras – que contribuem para que as mulheres brasileiras estejam mais suscetíveis à infecção pelo HIV e outras doenças de transmissão sexual.

Vulnerabilidade

Dados da coordenação estadual de DST/Aids apontam que no início da epidemia, na década de 80, a proporção era de um caso na população feminina para cada 25 casos na masculina. Nos últimos anos houve uma tendência de feminização da infecção, com uma proporção quase igual nos dois sexos. “Nesse contexto, deve-se também destacar que a infecção deixou de ser associada a “grupos de risco” para assumir o conceito de vulnerabilidade”, explica Edivânia.
No total de casos de Aids acumulados no Brasil, a maioria foi registrada em homens. De 1980 a julho de 2008, foram notificados 433.067 casos, dos quais 141.950 em mulheres, o equivalente a 33% do total. A partir de meados dos anos 90, observa-se que a taxa de incidência diminui entre os homens e cresce entre as mulheres. O Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST, lançado, recentemente, pelo Ministério da Saúde, é uma resposta ao crescimento de 44% na infecção por HIV entre as mulheres, no período de 1995 a 2005, de acordo com dados do próprio MS.
O plano prevê, entre outras metas, dobrar o percentual de mulheres que realizaram o teste anti-HIV no país, de 35% para 70%, aumentar de 4 milhões para 10 milhões, em 2008, a aquisição de preservativos femininos, e eliminar a sífilis congênita.
Com a realização da oficina macro-regional Nordeste II para operacionalização do plano, pretende-se definir as estratégias voltadas à implementação das ações previstas no plano a nível estadual, a partir do diagnóstico, demandas e experiências dos diversos estados da região. O encontro deverá também contribuir para a integração dos diferentes programas e políticas, na construção de agenda comum para enfrentamento da epidemia no segmento de mulheres.