O grande número de concorrentes – ao todo, 19.568 candidatos na disputa por 1.520 vagas, a maior parte delas, 1.051, para o interior – não foi obstáculo para a realização de mais uma seleção pública para preenchimento de cargos nos hospitais e unidades de atendimento da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). As provas, realizadas domingo (28), no período da tarde, foram marcadas pela tranqüilidade, sem incidentes e com um baixo número de abstenções, causadas por atraso ou desistência.
A maioria dos candidatos fez prova na cidade de Feira de Santana. Foram nada menos que 9.874 candidatos distribuídos por 19 escolas. Em seguida, veio Salvador, com provas em seis escolas; Ilhéus, cinco escolas; e Vitória da Conquista, três escolas. Em Juazeiro e Guanambi, os candidatos ficaram concentrados em apenas um local de prova, em cada cidade.
O secretário da Saúde, Jorge Solla, percorreu vários locais de prova em Salvador, a exemplo das Faculdades Olga Mettig de Turismo e Educação e o Colégio Estadual Thales de Azevedo. “Entre as carências que encontramos na área de Saúde, a falta de pessoal é, seguramente, das mais graves. E não apenas médicos, mas profissionais de várias áreas. Já realizamos com sucesso outro processo seletivo, em abril. Foram quase três mil postos de trabalho médicos preenchidos, e convocamos mais de 1.100 candidatos aprovados em concurso feito em 2005, que estava para perder a validade. Agora, vamos contratar mais quase 1.600 profissionais para a capital e interior
Serão selecionados profissionais para as áreas de farmácia bioquímica, assistência farmacêutica, terapia ocupacional, enfermagem, fonoaudiologia, administração, radiologia, análise de sistema, arquitetura, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, engenharia de segurança do trabalho, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica, engenharia biomédica, engenharia sanitária, para a capital.
Para o interior, as vagas são para assistência farmacêutica, fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, nutrição, enfermagem, fonoaudiologia, radiologia, patologia clínica e auxiliar de enfermagem.

Salvador

Na capital, tudo transcorreu em harmonia nas seis escolas onde foram aplicadas as provas, como atesta Adelaide Rogério de Rezende, diretora técnica da Consultec, empresa encarregada da condução do processo seletivo, que contou também com supervisão de equipes técnicas da Sesab. O baixo índice de evasão é atribuído ao grande interesse dos candidatos nas vagas oferecidas, mas contribuiu para isso o fato de as provas acontecerem no período da tarde, o que facilita o translado das pessoas.
Mesmo saindo diretamente da praia para o local de provas, no Colégio Estadual Thales de Azevedo, bairro de Costa Azul, Ana Lúcia dos Santos Sampaio, 35 anos, não perdeu a hora. Formada pela Universidade Estadual de Passos, Minas Gerais, há seis meses na Bahia, onde trabalha no Programa Saúde da Família (PSF) como assistente de saúde pública, ela estava animada para disputar uma vaga para enfermagem. “No PSF, ficamos sem a vivência hospitalar, embora interagindo com os demais programas de assistência em saúde pública, e eu quero essa vivência”, declarou.
Também atuando em enfermagem, mas como enfermeira do Trabalho, na Caixa Econômica Federal, Carina Queiroz, 28 anos, formada no ano passado, tem o mesmo objetivo: atuar na área hospitalar. “É o que eu mais quero”, diz Carina, que foi fazer a prova em cadeira de rodas.
Igualmente interessadas na vivência hospitalar, mas como administradoras, as colegas Valdineide Barbosa Cavalcanti, 31 anos, Adlene Félix, 29, Narla Parolli, 38, e Vanusa Monteiro Sena, 37, foram juntas fazer as provas, sem medo da concorrência uma das outras. “Acabamos de nos formar, agora dia 5 de outubro, na Unifacs, e queremos continuar colegas”, asseguraram.