Cerca de 90 pesquisadores de universidades e de centros localizados na Bahia participaram hoje (24), pela primeira vez, do programa Petrobras de Portas Abertas, na Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (Rlam).

No encontro, foi mostrado como funciona a cadeia produtiva de petróleo e gás da refinaria para que os pesquisadores identifiquem oportunidades para se inserir no processo. O evento teve a parceria da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).

O secretário Ildes Ferreira afirmou que a integração entre as empresas de base tecnológica, as instituições de fomento e a comunidade científica fortalece o sistema estadual de CT&I.

Para ele, o governo sozinho não possui condições de imprimir o desenvolvimento científico e tecnológico. “Para isso é preciso uma ampla participação das instituições do conhecimento e da sociedade como um todo”, explicou.

Ferreira destacou que a Bahia é o primeiro estado do Nordeste que possui um fundo específico para a inovação tecnológica, o Inovatec, que foi recentemente regulamentado pelo governo estadual e vai injetar R$ 60 milhões no apoio ao setor até 2010.

Desenvolvimento tecnológico

A Rlam iniciou suas operações em 17 de setembro de 1950, antes mesmo da existência da Petrobras, processando 2.500 barris de petróleo por dia. Atualmente, a refinaria processa 307 mil diários e possui 38 tipos de produto, sendo a maior contribuinte de ICMS da Bahia.

O gerente-geral da Rlam, Cláudio Schlosser, disse que o diferencial para a competitividade na indústria do petróleo é a tecnologia. “Por isso a participação dos centros de pesquisa e universidades no processo é imprescindível”, declarou.
Schlosser observou que para se inserir no processo o pesquisador pode ter acesso a recursos do Fundo de Participação Especial (FPE), que destina 0,5% da receita bruta dos grandes poços de petróleo para pesquisas cooperadas.

“São recursos anuais de R$ 150 mil para financiamento de pesquisa e desenvolvimento, sob a supervisão do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP)”, afirmou.

Processo de refino

Um dos projetos de pesquisa que recebem recursos do FPE é o de tratamento dos resíduos finais do processo de refino, que conta com a participação do professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), João Carlos Teixeira.

Ele informou que o projeto utiliza bactérias e fungos que produzem uma espécie de detergente biológico, hoje utilizado na recuperação avançada de poços de petróleo e na limpeza dos tanques de armazenamento.

Teixeira acredita que esta oportunidade de apresentação das atividades da refinaria para a comunidade acadêmica traz vantagens para todos. “As indústrias brasileiras ainda possuem baixa participação em atividades de desenvolvimento de processos junto com universidades”, ressaltou.