Um novo modelo de gestão pode tirar o máximo de proveito do potencial turístico de Salvador. É o que aponta o livro “Turismo urbano, gestão pública e competitividade: a experiência da cidade de Salvador”, de autoria de Lúcia Aquino, coordenadora do curso de Turismo da Universidade Salvador (Unifacs), que foi lançado hoje (dia 17) com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).
Além de trazer um levantamento sobre a evolução histórica do turismo em Salvador desde 1930, o livro toca nos aspectos econômicos, culturais, turísticos e históricos da cidade. “Esse levantamento nos mostrou que as áreas mais próximas do litoral, onde estão concentradas as maiores rendas do município, também são os locais onde há os maiores investimentos em turismo”, explica Lúcia Aquino.
De acordo com a pesquisadora, esse cenário é prejudicial para o turismo da capital baiana do ponto de vista da competitividade, além de não contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da população. O modelo de gestão que Aquino propõe em seu livro inclui investir em áreas que não fazem parte dos tradicionais cartões postais de Salvador, a exemplo da Feira de São Joaquim e o Parque São Bartolomeu. “Para atrair turistas para essas regiões, é preciso qualificar profissionalmente a população dessas localidades, investir na atração de novos empreendimentos e fomentar a criação de pequenos negócios”, aponta a autora.
Para escrever o seu livro, fruto da pesquisa do doutorado que fez na Universidade de Barcelona, Lúcia Aquino conversou com dezenas de donos de bares, restaurantes, agências de viagem e hotéis, pesquisadores, representantes de organizações não-governamentais, do Fórum Estadual de Turismo e do Conselho do Pólo Turístico de Salvador e Entorno. “Nossa cidade tem inúmeros atrativos naturais, históricos e culturais, o que nos falta é qualificação”, conclui.