O secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles, assumiu o compromisso de articular as prefeituras baianas para concretizar a criação do Fórum Estadual de Cidades Históricas da Bahia, idéia que defendeu, ontem (28), em Mariana (MG), no encontro de cidades históricas, ao lado do ministro da Cultura, Gilberto Gil, e de representantes das cidades históricas brasileiras.
O fórum, na sua opinião, é uma forma de potencializar os programas de recuperação e preservação patrimonial, troca de experiências e criação de projetos de sustentabilidade, por meio de atividades culturais e turísticas permanentes.
No total, apenas 10 cidades baianas têm sítios históricos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – Salvador, Cachoeira, Igatu, Itaparica, Lençóis, Monte Santo, Mucugê, Porto Seguro, Rio de Contas e Santa Cruz Cabrália.
Meirelles argumenta que a intenção é ampliar este número, incluindo cidades como São Félix (vizinha a Cachoeira), Canudos, que deve ser reconhecida como “território cultural”, Jacobina, que tem, entre seus monumentos, uma das mais antigas capelas da missão jesuítica no estado, além de várias outras cidades do baixo sul e do extremo sul.
Ele avalia ainda o fórum como “um canal para troca informações e de soluções conjuntas voltadas aos problemas das cidades históricas, já que o esforço não deve ser somente para reformar os monumentos. O mais importante é se pensar em uma gestão que garanta sustentabilidade dos sítios históricos, inclusive com a qualificação e participação dos moradores”.
A intenção é que o fórum venha a se articular com associações similares de outros estados e com o Fórum Nacional de Cidades Históricas, que foi criado no dia 28, na reunião em Mariana.

Pelourinho

O secretário Meirelles também quer alertar as prefeituras para a responsabilidade pelos sítios históricos. Na Bahia, por exemplo, a parceria com o Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, é por meio do Governo do Estado. A recuperação da 7ª etapa do Pelourinho, em Salvador, está sob a responsabilidade da Conder, e a de monumentos históricos, em Cachoeira, Porto Seguro e Chapada Diamantina, com o Ipac.
A questão central, segundo Meirelles, é “preservar os sítios históricos dentro da dinâmica da cidade e não tratando como um local isolado e intocável”. Dentro da proposta do governo estadual de gestão compartilhada do centro antigo de Salvador, por exemplo, o secretário disse que o Conselho Gestor, do qual é presidente, está trabalhando para garantir a sustentabilidade do Pelourinho dentro de novas bases, previstas para começar a funcionar com a chegada das 300 famílias que vão habitar os casarões recuperados da 7ª etapa. No local já existe estacionamento e áreas de lazer para os moradores.
Ele lembra que em recente visita ao Pelourinho, uma missão internacional da Unesco apontou como desafio, buscar o equilíbrio entre o contraste da riqueza do patrimônio com a pobreza dos moradores, reconhecendo que, apesar da visibilidade internacional, o modelo adotado pelo governo passado não conseguiu garantir a sustentabilidade desse importante patrimônio histórico mundial.