Em função do longo período de estiagem, que tem propiciado o surgimento de focos de incêndio, o Governo do Estado decretou situação de emergência em 20 municípios da Chapada Diamantina e da Serra Geral. O Decreto nº 10.561, de 7 de novembro de 2007, foi publicado hoje (8), no Diário Oficial do Estado, e assinado pelo governador em exercício, Edmundo Pereira. Desde a segunda quinzena de outubro, os incêndios já atingiram mais de mil hectares, inclusive em áreas do Parque Nacional e das unidades de conservação estaduais, causando prejuízos para a lavoura e para o turismo na região.

Com prazo de 60 dias, o decreto inclui 18 municípios da Chapada Diamantina (Abaíra, Wagner, Andaraí, Utinga, Barra da Estiva, Seabra, Boninal, Rio do Pires, Bonito, Rio de Contas, Piatã, Érico Cardoso, Palmeiras, Ibicoara, Mucugê, Iraquara, Jussiape e Lençóis) e dois da Serra Geral – Dom Basílio e Livramento de Nossa Senhora. De acordo com Antônio Rodrigues dos Santos, coordenador estadual de Defesa Civil, os trabalhos que estavam sendo realizados desde outubro, serão intensificados a partir de agora.

“Estamos trabalhando para ampliar o contingente de brigadistas e adquirir veículos que dêem suporte aos serviços, pois existem muitas dificuldades de acesso para determinados pontos onde não há estradas”, explicou o coordenador. No momento, mais de 100 bombeiros e mais de 150 brigadistas voluntários estão trabalhando na contenção do fogo.

A Companhia de Proteção de Polícia Ambiental (Coppa), o Ibama, A Casa Militar do Governo do Estado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Petrobras também estão dando apoio aos trabalhos.

A Casa Civil do governo também disponibilizou helicópteros e outros três estão sendo alugados pela Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec) para otimizar os serviços. Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), a Cordec está no comando das operações no local, por meio de uma articulação conjunta com outras secretarias, como a do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

Para os profissionais em serviço, está sendo adotado o esquema de revezamento. “Como os focos de incêndio costumam acontecer em lugares distantes uns dos outros, também serão providenciados aparelhos de rádio para facilitar a comunicação entre os homens no combate ao fogo. Para os brigadistas, também estamos providenciando tíquetes para serem trocados por alimentos na Cesta do Povo”, falou Antônio Rodrigues. Ele lembra que, desde agosto, a Cordec já havia distribuído equipamentos de proteção às pessoas que trabalham na contenção do fogo, prevendo a longa estiagem que viria.

Consta que a elevação intensa da temperatura e a baixa umidade do ar são comuns e esperadas na Chapada, a partir de setembro, favorecendo a ocorrência de fogo e fumaça. “Com a escassez de chuvas, o quadro foi agravado e afetou a flora, a fauna e as nascentes de rios”, disse o coordenador Antônio Rodrigues. Para que a população, sobretudo na zona rural, não fique ainda mais exposta a riscos, o decreto também determina a suspensão de quaisquer atividades que possam facilitar a geração de novos focos de incêndio.

Amanhã (9) à noite, haverá uma reunião na cidade de Rio de Contas entre a Cordec e os comandantes das brigadas voluntárias (são 14 em atuação), para avaliar o trabalho realizado até então e planejar novas ações. Localizada na parte central do estado, a Chapada Diamantina totaliza 33 municípios e possui 41.751 quilômetros quadrados, o equivalente a 7,4% do território baiano, onde vivem 507.414 habitantes.