Valorização do trabalho humano e viabilidade socioeconômica. Esses dois dos dez princípios básicos da economia solidária definem a importância social da iniciativa e o engajamento cada vez maior de grupos que se organizam em cooperativas na busca de resultados positivos em comum. A Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro), que acontece até o dia 2 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador, está servindo de vitrine para os empreendimentos solidários e da agricultura familiar baianos.

A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), através da Superintendência de Economia Solidária (Sesol), participa do evento oferecendo apoio financeiro e estrutural às 30 cooperativas que estão presentes na feira, que começou no final de semana. Cerca de R$ 25 mil foram destinados pela Setre/Sesol aos empreendimentos solidários dos municípios de Salvador, Sento Sé, Heliópolis, Simões Filho, Valente, Uauá, Ichú, Serrinha, entre outros.

O superintendente de Economia Solidária da Setre, Helbeth Oliva, afirma que a Feira é uma grande oportunidade para divulgação dos produtos e realização de negócios. “São produtos acessíveis e de qualidade, que podem ser consumidos por qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo”, explica.

Diversos materiais de divulgação sobre Economia Solidária foram colocados na área coberta do Parque, denominada de Agroportal, onde estão concentrados os empreendimentos solidários e da agricultura familiar. Folders, banners e panfletos informam os visitantes e orientam os que ainda não conhecem a economia solidária.

A Superintendência de Economia Solidária faz a articulação na criação de uma rede de empreendimentos solidários – são cinco em Salvador. “O princípio fundamental para a criação da rede é a intercooperação”, explica Luiz Cravo, técnico da Sesol.

Doces e salgados

Quando oito jovens mulheres da Rua Santo Amaro, no Engenho Velho da Federação, resolveram servir refeições, doces e salgados para pequenas reuniões comunitárias e eventos locais sabiam que era possível alcançar a sonhada independência.

Cláudia Maria do Nascimento, 36 anos, e Cátia Santos Conceição, 28, são as duas representantes da Cooperativa Sonhos Possíveis na Fenagro. “Já participamos de vários seminários, fóruns, como o Social Nordestino no início do mês de agosto, e feiras”, enumera.

A Cooperativa Múltipla Fontes (Coofe), de Engomadeira, é outro empreendimento presente na Feira. A Coofe nasceu como resultado da parceria entre um grupo de moradores do bairro e o programa Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

São três homens e oito mulheres que se dividem nas tarefas da produção de pães na sede da Rua São Tomé. “Produzimos todos os tipos de pães, desde o tradicional pão francês a itens mais sofisticados, como o panetone”, conta Juviniana de Sousa Nunes, 44 anos, uma das integrantes da cooperativa.

A Sonhos Possíveis e a Coofe são as empresas contratadas pela Setre para servir o cofee break no IV Encontro de Agentes de Crédito do CrediBahia, que acontece amanhã (27) e quarta (28) no auditório do Sebrae, nas Mercês.