Receitas culinárias utilizando o broto da palma como ingrediente principal, serão apresentadas em cursos de culinária gratuitos oferecidos pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), de amanhã a quinta-feira (29), na Fenagro. O objetivo é demonstrar os mais variados usos da principal vegetação do semi-árido baiano, além de divulgar a ação é o Projeto de Prevenção à Cochonilha do Carmim.

A professora da Universidade da Paraíba (UFPB) e pesquisadora dedicada ao uso da palma na alimentação humana, Claudet Coelho Guedes, vai ministrar a oficina, apresentando os usos e aplicações da planta como verdura. Seu uso é de grande importância no combate à pobreza da população do semi-árido mundial. “Por seus diferentes usos, a planta tem potencial para a melhora da qualidade de vida e aumento da geração de emprego e renda”, afirma Claudet.

A palma é utilizada costumeiramente como fonte de alimentação de animais nos longos períodos de estiagem do semi-árido. Apesar de ter seu potencial ainda pouco explorado, é conhecida mundialmente como fonte de energia, na fabricação de medicamentos, cosméticos e corantes e na alimentação humana.

Consumo na Bahia

A utilização da palma para o consumo humano no estado está praticamente restrita aos agricultores familiares do semi-árido baiano, além da população dos municípios Irecê, Brumado, Jacobina, Rui Barbosa e Chapada Diamantina, que tem a planta como prato típico regional. As partes mais utilizadas para alimentação humana são o broto e a fruta da palma, que são fontes de nutrientes como cálcio, ferro, vitaminas A e B, e do ponto de vista nutricional é semelhante ao espinafre.

Inúmeros estudos comprovam que a Opuntia ficus-indica Mill, popularmente conhecida como palma forrageira, auxilia no controle do diabetes e obesidade, sendo utilizada, inclusive, pela medicina alternativa no combate ao câncer de próstata e gastrite. Na medicina popular do México, é registrada a cura de um grande número de doenças.

A região do semi-árido baiano ocupa 360 mil km², o que corresponde a 64% do território baiano, sendo composta por 258 municípios, onde residem 48% da população estadual, totalizando cerca de 6,3 milhões de habitantes.