O barco Groupama 2, da Regata Jacques Vabre, deve chegar amanhã (14) pela manhã, no Centro Náutico da Bahia, em Salvador, para confirmar o primeiro lugar na competição.

A regata, que reúne os veleiros mais rápidos do mundo, está na oitava edição e partiu da cidade francesa de Le Havre, nos dias 3 e 4 deste mês, em uma flotilha de 61 barcos dos tipos monocasco e multicasco, que percorrem um total de 4,5 mil milhas até Salvador.

Por volta de meio-dia de hoje (13), o Groupama passou por Fernando de Noronha. Segundo o coordenador do Centro Náutico da Bahia, Carlos Muricy, responsável pela organização da chegada dos barcos, o Groupama pode até surpreender e despontar mais cedo na Baía de Todos os Santos: "O Groupama tem chance de antecipar a chegada, caso consiga bons ventos nesta reta final. Quem sabe, até 6h, de manhãzinha, ele já estará aqui”.

A bordo do Groupama 2, Steve Ravussin e Franck Cammas realizam uma corrida tranqüila e não enfrentam concorrência capaz de ameaçar a primeira posição da regata, que é considerada uma das mais importantes do calendário náutico internacional.

Aventura

Apesar do clima de tranqüilidade, vencer uma regata do porte da Jacques Vabre é sempre uma prova de resistência, técnica e experiência na arte de navegar, de acordo com os especialistas em naútica.

Enquanto a categoria principal já tem seu vencedor praticamente definido, a classe Open 60 é a que vem dando mais emoção. O veleiro Safran vinha na ponta, mas caiu para terceiro lugar.
O Ecover, que tem os navegadores Mike Golding e Bruno Dubois, detinha a liderança temporária da prova até as 17h de ontem. Na classe 40 pés, a liderança está com o Telecóm Itália, que assumiu a posição ao passar pelas Ilhas Canárias.
A maior parte dos veleiros velozes é de trimarãs que são tripulados por dupla. O Groupama é antecessor do Groupama 2, e havia vencido a Regata Jacques Vabre duas vezes.
Chamada ‘Transat’ por ser uma travessia do Atlântico, a Jacques Vabre tem sempre momentos de muita aventura a bordo dos barcos, tão velozes que chegam a alcançar 30 nós.

Privilégio

Fortes temporais, agravados pelo vento sudoeste, podem provocar quebra de equipamentos e até mesmo a desistência de embarcações de tecnologia de última geração na regata que está completando 10 anos.
Está tudo pronto no píer do Centro Náutico da Bahia. Os trabalhadores faziam ontem (13) à tarde os últimos reparos nas instalações para receber os veleiros, após terem retirado os 89 barcos da Regata Transat Mini 6,50 Charrente Maritime-Bahia.

O representante da direção da prova, Dominique Le Bras, estava preocupado com o ritmo dos trabalhos e pedia mais rapidez para deixar o píer em condições, caso os veleiros apressem a chegada.

O governo baiano vem trabalhando para manter Salvador como referência entre as cidades capazes de atrair grandes eventos internacionais de vela, graças à estrutura oferecida no Centro Náutico e à divulgação realizada no exterior.

A Transat Jacques Vabre tem esta importância para o planejamento estratégico porque antes seu ponto de chegada era Cargatena, na Colômbia, que perdeu para Salvador o privilégio de receber os navegadores.

Saída

A patrocinadora da regata é a multinacional produtora de café Kraft Foods, que já tem presença na Bahia, por meio da parceria com pequenos agricultores da Chapada Diamantina.

O objetivo da empresa é ganhar visibilidade para seu produto, que é certificado por instituições de pesquisa e de meio ambiente relacionadas à cafeicultura. Le Havre é o maior porto importador de café do mundo e Salvador é exportadora do grão.

A festa da largada é tradição na cidade francesa Le Havre, onde cerca de 150 mil pessoas, entre franceses e visitantes, participaram de dez dias de festas, antes da saída do porto francês.