O jantar de lançamento da Regata Bahia-Bretanha, encerrado na madrugada de hoje (26), marcou o fim da “folga culinária” dos velejadores, que agora começam a dieta rigorosa para adaptação aos dias de disputa, a partir da largada, por volta de meio-dia de quinta-feira (29).

O cardápio de filé ao molho madeira com arroz à grega foi a despedida para quem vai preferir uma alimentação mais leve, nos próximos dias, até os velejadores começar a utilizar a comida hidrolisada, grãos e vegetais em conserva, quando partirem do Yacht Clube, na Barra.

O encontro, realizado na sede do clube socail, reuniu os skippers, como são chamados os velejadores que seguirão nos monocascos rumo ao Port La Fôret, na França, a 4 mil milhas náuticas, aproximadamente.

A competição, também conhecida de B to B, por causa das iniciais de destino e chegada, é feita sem escala nem assistência e vale como classificatória para a Vendée Globe 2008-2009, a maior corrida de volta ao mundo em regatas internacionais.

Como as correntezas são contrárias à rota, e em alguns trechos, os ventos não favorecem, a expectativa é de que os hábeis skippers consigam concluir a prova em um período mínimo de 16 dias.

Incentivo

Segundo o skkiper Michel Desjoyeaux, do barco Foncia, a travessia da área próxima à Linha do Equador garante boa vantagem para quem conseguir perder menos tempo e evitar qualquer avaria nos veleiros, que custam cerca de 2 milhões de euros.

Vencedor da Regata Jacques Vabre, na categoria Imoca, Desjoyeaux larga como um dos favoritos, embora, polidamente, tenha reconhecido estar disputando em um “grupo de alguns dos melhores skippers do mundo”.

Para mostrar que está levando a sério a conquista de mais um título de regata internacional, Desjoyeaux colocou o barco na água ontem (25), junto com o Cheminéé Poujalat e o Britair, que são fortes concorrentes.

Os veleiros saíram do Terminal Náutico da Bahia, onde atracam as embarcações da Jacques Vabre, e partiram rumo ao Farol da Barra. Depois de um almoço no Yacht, voltaram ao mar e ao píer do terminal.

Bernard Stamm, do Cheminée, está certo de um bom desempenho, pois afirma ter todas as condições de boa navegação, graças ao incentivo do patrocinador, o empresário franco-suíço radicado na Paraíba, Pierre Landolt.

Experiência

Principal acionista de um conglomerado de empresas financeiras, Landolt afirma que a paixão pelo esporte náutico pode gerar boas oportunidades para os brasileiros, em razão da grande costa do País, a maioria formada por trechos em ótimas condições de navegação.

Mesmo sem disputar a regata, o monocasco Pakea-Biskaia vai acompanhar os 15 concorrentes. A idéia é dar visibilidade mundial ao apelo de paz no País Basco, ainda em busca de alternativas para desenvolver a luta de independência nacional.

Para o skipper Unai Basurko, é preciso achar meios de debater a questão sem apelar para a violência, como tem sido feito por parte dos grupos separatistas. “Pakea quer dizer paz e por ela navegamos e vivemos”, disse Basurko, apoiado pela equipe.

Basurko está tranqüilo, pois não terá o desgaste psicológico típico de uma prova internacional com este nível técnico. “O negócio é pegar os alíseos do Sudoeste e saber esperar as calmas equatoriais. E ter boa sorte para não ficar muito parado”, disse.

Organizada pela empresa Sociedade Mar e Projectos, com o aval da Federação Francesa de Vela, a Regata Transat B to B tem o experiente velejador Philippe Facque na função de diretor de prova.