Três empresas de Tecnologia da Informação declararam a intenção de instalar fábricas de software na Bahia. Uma delas, posicionada entre as maiores do setor na América Latina, já definiu que a planta será em Salvador e que na fase de implantação vai ocupar cerca de 450 profissionais qualificados na área. As negociações, que envolveram também uma empresa européia, foram anunciadas hoje (5), primeiro dia do evento Bahia – Abrindo as Velas do Saveiro, organizado pelo Governo do Estado, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), visando a exposição do produto Bahia para empresários brasileiros e estrangeiros.

Outra proposta destacada foi a da esmagadora de grãos paranaense Caramuru, que confirmou intenção de instalar uma unidade em Juazeiro. Segundo o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, a decisão se deve a investimentos previstos para a região, onde será implantada uma Plataforma de Transporte Multimodal para facilitar a logística e o escoamento da produção local. “Até dezembro, o estado vai gerar R$ 8 bilhões em investimentos nos mais diversos segmentos”, afirmou o secretário, anunciando projeções nos setores de biodiesel e etanol, área que tem projetos com a iniciativa privada, incluindo chineses, para construção de 10 usinas na Bahia. Entre outros empreendimentos, Amoedo destacou ainda a ampliação da Nestlé a expansão do setor de mineração, de hotelaria e segunda moradia, da rede hoteleira.

“Tivemos agenda cheia, um dia muito produtivo do ponto de vista de entendimentos e negócios”, afirmou o governador Jaques Wagner, na solenidade de abertura que contou com a presença da ministra do Turismo, Marta Suplicy, do presidente do Banco do Nordeste, Roberto Schimmidt, do presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, e do presidente da Fieb, Jorge Luiz Freire. O presidente da Fiesp, Paulo Scaff, disse que estava satisfeito por ter participado da organização do evento “que conseguiu colocar a Bahia na Paulista, avenida por onde passa cerca de 1 milhão de pessoas por dia”.

A iniciativa, segundo o jornalista e mestre de cerimônia Luiz Nassif, “é apenas um dos desafios do governo baiano”, que ele disse estar construindo um estado moderno, que deixa de ser uma Bahia autárquica. “Para isso, o estado está investindo no uso intensivo do planejamento integrado e com utilização de indicadores, no envolvimento da iniciativa privada, na qualificação da logística, na criação de cadeias produtivas e no exercício contínuo da democracia”, disse.

Os pronunciamentos das autoridades aconteceram logo após a exposição de um vídeo sobre as características sociais, culturais e econômicas da Bahia e sobre as perspectivas de investimentos nas áreas industrial, agoindustrial e de infra-estrutura. Também foi mostrada a diversidade turística do estado, que reúne potencial atrativo para o turismo ecológico, de entretenimento, praias e para o turismo étnico. Este último, considerado pela ministra como um nicho de mercado específico da Bahia, que atrai visitantes estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, em busca de identificação cultural e de ancestralidade em festas religiosas como a da Irmandade da Boa Morte em Cachoeira.