Os mais de 75 rios que formam as 17 bacias hidrográficas da Bahia, além dos mananciais subterrâneos, passam a ser monitorados, a partir de janeiro, pelo programa Monitora. O contrato assinado hoje (29) para implementação do programa prevê, até 2010, um investimento do governo estadual de cerca de R$ 6,5 milhões, envolvendo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

O superintendente de Recursos Hídricos, Júlio Rocha, afirmou que o monitoramento dos rios baianos nunca foi feito com uma sistemática contínua. “O estado passa a estar entre os cinco do país que realizam essa avaliação de qualidade das suas águas”, disse. Ele explicou que serão analisadas as condições químicas, físicas e biológicas e que os resultados serão trimestrais.

Rocha lembrou que oito das 17 bacias do estado fazem parte do Rio São Francisco. “Assim, o governo da Bahia dá mais uma mostra do fortalecimento da proteção do Velho Chico. As bacias do Paramirim, Santo Onofre, Grande, Corrente, Médio e Submédio, todas serão monitoradas por essa parceria”, observou. “A medida beneficia todos os baianos, que terão mais qualidade de vida”.

“O monitoramento das nossas águas fornecerá uma informação estruturante para que possamos desenvolver nossas políticas e gerir os nossos ativos ambientais”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliano Matos.
Ele declarou que a Bahia possui ainda rios e florestas preservados e que convém cuidar desse patrimônio. “Para isso é necessário conhecer e compreender. Com informação de qualidade vamos conseguir planejar e estruturar o Sistema Estadual do Meio Ambiente”, afirmou.

‘Água para todos, e para sempre’

O governador Jaques Wagner associou o Monitora a outro programa maior, o Água para Todos. “O que se quer é oferecer, principalmente no semi-árido, água para todos, e para sempre”, destacou. Ele disse que o trabalho vai avaliar a qualidade da água para o consumo humano, industrial e agrícola e permitirá a medição e a melhoria do impacto de cada novo investimento na área.

“O importante é que não é uma medida pontual. Serão relatórios trimestrais que irão monitorar rios, barragens e, provavelmente a partir de 2009, o subsolo baiano”, observou o governador.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e do Conselho Regional do Senai, Jorge Lins Freire, a análise das águas será feita por dois setores da instituição: o de meio ambiente e o de metrologia química e volumétrica.

“Possuímos infra-estrutura moderna, laboratórios credenciados dentro das normas mais recentes do Inmetro, com mão-de-obra qualificada de mestres e doutores. Isso vai possibilitar que a Bahia atenda às resoluções federais, sobretudo as expedidas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Conerh)”, disse Lins Freire.