Com a finalidade de estruturar e implementar, no estado, as ações de vigilância sanitária e ambiental contempladas no Programa Nacional de Controle do Tabagismo, a Secretaria da Saúde do Estado realiza, amanhã e quarta-feira (27 e 28), no Hotel Belmar, o seminário estadual “Ações de Vigilância Sanitária e Ambiental no Controle do Tabagismo”.

O encontro, uma iniciativa conjunta das diretorias de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) e de Vigilância Epidemiológica (Divep), terá a participação de representantes do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A diretora de Vigilância Sanitária e Ambiental da Sesab, Ita de Cácia Cunha, explica que a partir do seminário, a Divisa buscará assumir seu papel de também promover ações de saúde, lembrando que, para isso, “é imprescindível uma ampla discussão”. As ações de vigilância sanitária e ambiental irão fortalecer as ações já desenvolvidas pela diretoria de Vigilância Epidemiológica, por meio do Programa de Controle do Tabagismo. A Divep, além de realizar ações educativas contínuas e pontuais, disponibiliza o tratamento para fumantes dispostos a abandonar o vício.

A enfermeira Terezinha Paim, coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo da Sesab, chama atenção para o risco que o tabagismo representa para fumantes, não fumantes e o meio ambiente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a exposição à fumaça ambiental ocorre onde quer que o fumo seja permitido – lares, locais de trabalho e locais públicos -, e calcula que aproximadamente 700 milhões de crianças respiram ar contaminado pela fumaça do tabaco.

O pneumologista Francisco Hora explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência do tabaco, e que os produtos derivados do tabaco, especialmente os cigarros, são construídos para criar e manter dependência química entre seus consumidores. Por outro lado, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) adverte que mesmo disfarçados com cores, sabores e até nomes inocentes, os produtos tabagíferos são drogas que produzem 4.700 substâncias tóxicas, responsáveis por doenças graves como o enfisema, doenças do coração e câncer.

Ainda segundo o pneumologista, o fumo é considerado, atualmente, um problema de saúde pública, responsável por cerca de cinco milhões de mortes por ano no mundo, sendo 200 mil no Brasil. “É importante lembrar que o fumante passivo tem 30% mais chance de desenvolver câncer que as pessoas que não respiram a fumaça lançada no ambiente”, acrescenta Francisco Hora.

A OMS recomenda como única estratégia eficaz para proteção às pessoas dos efeitos prejudiciais da fumaça ambiental um ambiente 100% livre do tabaco, e garante que a ventilação e áreas específicas para fumantes não reduzem a exposição a um nível seguro de risco.