Ao cumprir os mandados de prisões preventivas contra o empresário José Guedes Lemos (Zequinha) e o comerciário Francisco Lima da Silva (Chiquinho), expedidos pelo juiz Cássio Miranda, da 1ª Vara do Júri, a Polícia Civil contribuiu para o fim de quase 20 anos de impunidade do assassinato da telefonista Rita da Silva Santana (Ritinha). Em 12 de abril de 1988, quando completaria 18 anos de idade, ela foi jogada do apartamento 504 do edifício Morada do Sol, na Barra Avenida, onde residia José Guedes, então proprietário da loja de roupas “Ixagerado”.
Condenados a 12 anos de reclusão pela autoria e co-autoria do crime, sem que tivessem cumprido a sentença judicial, “Zequinha” e “Chiquinho” foram apresentados, hoje pela manhã (27), à imprensa, na sede da Delegacia de Homicídios, no Complexo Policial dos Barris, pela delegada Rosemar Malafaya e a promotora Armênia Cristina Santos. Na época, o crime teve grande repercussão e ficou conhecido como o “caso Ritinha da Ixagerado”.
Guedes, 47 anos, foi preso ontem à noite (26), por policiais da Delegacia de Homicídios (DH), quando fazia compras numa loja do bairro de Brotas, onde reside com familiares. Francisco, 43 anos, que gozava de liberdade provisória, foi capturado ao chegar em casa, na Avenida Sete de Setembro, trecho das Mercês, pela equipe da DH, tendo à frente o agente Nilson Júnior.
Segundo informou a delegada Kiyiomi Kuratane, da DH, a Polícia realizou uma investigação apurada e bem detalhada durante o final de semana passada para localizar José Guedes Lemos, também envolvido com estelionato. “O endereço informado em outros mandados de prisão preventiva eram equivocados e indicavam um local onde ele já não residia há mais de 11 anos”, disse.
Julgado em fevereiro de 1994 e considerado culpado pelo conselho de sentença da 1ª Vara do Júri, Guedes foi condenado a 12 anos de reclusão, mas não passou um dia sequer na cadeia. Seu advogado apelou e conseguiu que a execução da pena fosse suspensa. Em abril do próximo ano, ao completar 20 anos, a pena prescreveria, sendo extinta a punibilidade.