Os software livres podem representar grandes somas de recursos poupados para o poder público e mesmo para a iniciativa privada. No programa Cidadania Digital, coordenado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e responsável pelos 362 Centros Digitais de Cidadania (CDCs) instalados na Bahia, a soma poupada pelo uso do sistema operacional batizado de Berimbau Linux e dos demais programas é equivalente ao investimento necessário para a instalação de 100 novos CDCs por ano. Em Salvador, há cerca de 40 centros.

Por outro lado, os software proprietários geram emprego e renda, além da segurança proporcionada ao usuário. Para Paulo Monteiro, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro-BA), há empresas que migram para o software proprietário porque o custo com suporte pode acabar sendo menor. Mas a existência de dois formatos também é um estímulo para a melhoria da qualidade de serviços prestados por empresas líderes do segmento.

A importância de entender as vantagens e problemas encontrados pelos usuários dos diferentes tipos de programas de computador motivou especialistas reunidos na Semana Estadual de Tecnologia da Informação e Comunicação da Bahia a realizarem hoje (6) um debate com o tema Convivência software livre X software proprietário, no Hotel Sol Victória Marina, a partir das 14h.

As diferenças não se restringem a ser pago ou gratuito. Um software livre pode ser usado, copiado, distribuído ou modificado por qualquer pessoa. Para isso é preciso que o código fonte esteja disponível. Existem programas de são distribuídos gratuitamente, mas não podem ser modificados ou redistribuídos, por isso não são considerados livres. Os softwares proprietários são aqueles que para serem usados, copiados ou redistribuídos dependem de permissão do proprietário – o que, normalmente, implica em pagamento.

Economia

No ano de 2006, o Banco do Brasil economizou cerca de R$ 20 milhões com o uso de software livre nos 65 mil terminas da instituição. Esse valor é relativo ao que seria gasto em licença de programas, caso fossem adotados software proprietários.

Na Bahia, a ONG SaferNet Brasil (www.denunciar.org.br), que recebe e encaminha à Justiça denúncias de crimes cometidos pela internet, também adota softwares livres. A política de uso e fomento dessas ferramentas está, inclusive, no estatuto da instituição.