O impacto do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional foi discutido hoje na Bahia, num fórum que reune, em Salvador, os secretários estaduais de CT&I das regiões Norte e Nordeste. Além de comemorar a ampliação de recursos destinados à área, os secretários discutiram alternativas para o repasse federal que ajude a amenizar as desigualdades entre as regiões, já que historicamente os investimentos ficam mais concentrados no Sul e Sudeste.

As conseqüências desse desnível incluem a evasão de doutores formados em universidades do Norte e Nordeste para sistemas mais consolidados, além da carência, nestes locais, na formação de mão-de-obra para as áreas tecnológicas.

Atento a essas questões, o secretário de CT&I da Bahia e anfitrião do encontro, Ildes Ferreira, chamou a atenção para a necessidade de criar uma ação mais protagonista e articulada na aquisição de recursos junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia e outros órgãos federais.

Um dos dados que comprova essa desigualdade é o percentual de bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para alunos de graduação de instituições nordestinas no ano de 2006, que foi de 21,7%, menos da metade do que recebeu o Sudeste brasileiro (46,5%).

De acordo com o secretário pernambucano, Aristides Monteiro, que é diretor da regional Nordeste do Conselho de Secretários Estaduais de CT&I, esse encontro na Bahia é o primeiro passo em prol da consolidação da parceria com foco no desenvolvimento regional. “Não podemos contar apenas com incentivos fiscais e de crédito para a promoção do desenvolvimento. É preciso notar que o conhecimento e a criatividade, inerentes à pesquisa científica, são características fundamentais”, destacou Monteiro.

O secretário de C&T de Tocantins, Osmar Nina Garcia, levantou a necessidade de investir nos potenciais característicos de cada região. “Na região Norte, por exemplo, devemos incentivar as pesquisas na área da biodiversidade. No entanto, até o momento, somente os estados do Pará e do Amazonas têm centros importantes voltados ao tema”, disse.

A secretária da Casa Civil da Bahia, Eva Chiavon, afirmou que CT é um dos pilares do desenvolvimento e que é necessário fazer diagnósticos regionais do setor. “É preciso aproveitar os potenciais de cada região. Tenho orgulho de dizer que o Norte e o Nordeste não têm mais que mendigar recursos do Governo Federal”, comemorou a secretária.

O encontro foi promovido pela secretaria de CT&I da Bahia e pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti).