“A Bahia é um dos estados brasileiros que mais conseguiu obter vitórias em relação às reivindicações dos trabalhadores, entre elas, a redução da carga horária de trabalho, garantia de benefícios e aumento do número de postos de trabalho”. A afirmação do presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia, Aurino Pedreira, foi feita, hoje (28), no encontro que reuniu, no Bahia Othon Palace Hotel, mais de 500 representantes sindicais da Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (Fitim) de 100 países para discutir o trabalho precário na metalurgia de todo o mundo.

Segundo ele, a Bahia é hoje um exemplo para o país diante das condições que oferece aos trabalhadores, muito embora “ainda temos muito pelo que lutar”. Amanhã (29), a partir das 17h, acontece a Caminhada Global Contra o Trabalho Precário, saindo do Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, devendo atrair mais de dois mil representantes sindicais metalúrgicos da Bahia e dos países participantes do encontro.

Ao participar da abertura do encontro, o governador Jaques Wagner disse que a luta histórica dos sindicalistas é justa e pertinente mesmo nos dias atuais. “Ainda existem melhores condições a serem alcançadas como a garantia de segurança no trabalho ou uma aposentadoria digna, esses problemas o mundo moderno ainda não resolveu, portanto permanecem como temas em qualquer agenda internacional”, afirmou Wagner.

Segundo o secretário geral adjunto da Fitim, Fernando Lopes, o principal tema do encontro é o direito de sindicalização. Para ele, com o aumento da informalidade, existe uma necessidade de os sindicatos absorverem os profissionais que estão cada vez mais entrando no mercado de trabalho e precisam ter seus direitos assegurados. “A prioridade da discussão, aqui, é saber como incluir essas pessoas, que estão fora do sindicalismo tradicional, principalmente os jovens e as mulheres”, afirmou Fernando.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estudos Socieconômicos – Dieese, 42,6 milhões de trabalhadoras brasileiras estão em ocupações precárias e 35,9% delas começam a trabalhar entre os 10 e 14 anos de idade. Desse total, 52,3% não têm contrato formal de trabalho ou estão sem proteção social.