De janeiro a setembro deste ano foram registrados, em Salvador, 34 acidentes de trabalho na construção civil – quatro com vítimas fatais. A informação é do presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e da Madeira no Estado da Bahia (Fetracom-Ba), José Nivalto Lima, que participou, na manhã de hoje (29), no auditório dos Correios, na Pituba, da cerimônia de abertura do Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho, realizado pela Coordenação de Relações do Trabalho e Documentação (Cortrad) da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Ele informou que, na Bahia, existem 340 mil trabalhadores da construção civil. Desses, somente 38% trabalham na formalidade. “A informalidade e as condições precárias em que trabalham contribuem para o alto índice de acidentes no segmento”, alerta José Nivalto. O seminário realizado com apoio de vários parceiros continua até amanhã (30). O encontro debate ainda temas como assédio moral e saúde mental no trabalho, intensificação do trabalho e seus reflexos na saúde do trabalhador, doenças ocupacionais e custos dos acidentes do trabalho.
O secretário Nilton Vasconcelos, afirmou que o evento integra o debate no contexto da Agenda Bahia do Trabalho Decente. O trabalho decente é definido como um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho.
O setor da metalurgia também sofre com o acidente de trabalho. Segundo informações do presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia, Laurindo Pedreira, a média de acidentes no segmento é de 100 por ano. “Em 2007 foram registrados seis acidentes fatais”, lamentou.
As Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Ler/Dort) são as doenças que mais afetam os trabalhadores bancários, segundo o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, José Barberino. Ele disse que cerca de mil trabalhadores da categoria estão afastados por conta de doenças relacionadas ao problema. Esse número, de acordo com Barberino, não reflete a realidade, uma vez que muitos não se afastam por conta da projeção profissional ou pelas dificuldades decorrentes do processo para licença e outros necessidades no âmbito previdência.
Presentes também na cerimônia de abertura, a superintendente de Desenvolvimento do Trabalho da Setre, Maria Thereza Andrade, o chefe do Setor de Segurança e Saúde da Delegacia Regional do Trabalho, Maurício Nolasco Macedo, o gerente de Saúde dos Correios, Robert Silva de Matos, a representante da Fundacentro, Lúcia Lino, e o coordenador de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho, Alexandre Jacobina. Do encontro participam empregadores, trabalhadores, médicos do trabalho, engenheiros de segurança e sindicalistas.