Saneamento Ambiental, Recursos Hídricos e Educação Ambiental foi o tema do seminário realizado esta semana em Serra Dourada, no oeste da Bahia, pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), para encerrar a primeira fase do seu Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (Peas).

Estudantes, professores, representantes de movimentos sociais, das prefeituras de Santana, Canápolis, Serra Dourada, Brejolândia, Tabocas do Brejo Velho e do governo estadual comemoraram o resultado do trabalho, desenvolvido há seis meses nesses cinco municípios, em um convênio que acaba de ser finalizado entre o Peas e o Pró-água nacional.

Na oportunidade, o diretor-adjunto da SRH, Vitor Sarno, garantiu a continuidade das atividades do Peas na região. “É importante a conservação da água com a participação da sociedade. Nosso objetivo é ir além da oferta dos serviços de infra-estrutura de acesso à água. A nova proposta para a Bahia é a idéia de sustentabilidade”, afirmou.

Uma exposição de fotos sobre as atividades realizadas durante os seis meses do Peas na região chamou a atenção dos participantes do encontro. Foram reuniões, palestras, oficinas, excursões, que proporcionaram uma maior reflexão sobre a questão ambiental e a participação da sociedade.

Diálogo entre gerações

Um dos destaques do seminário foi a apresentação das Cantadeiras de Santana, mulheres que seguem andando descalças pelas ruas da cidade com uma garrafinha de água, em épocas de seca, cantando e rezando, até chegar no Cruzeiro de Santana, onde a água é depositada com uma prece ao Divino São José.

Alaíde Amélia Rodrigues, da Associação das Costureiras de Santana, falou da importância dessa tradição como símbolo de fé. “Nossas avós pediam um bom inverno pra salvar o Nordeste do sofrimento da seca e da fome. Retomamos este ano a novena porque a falta de chuva deixou muita gente sem ter o que comer”, disse.

José Lopes, representante dos trabalhadores rurais da região, lembrou da importância da conscientização. “O meio ambiente é a fonte de vida de todos. Por isso, onde estivermos temos que ser educadores ambientais”.

Para a coordenadora de Educação Ambiental da SRH, Vanja Brito, o sucesso da primeira fase do Peas só foi possível devido ao diálogo, à troca de saberes e ao comprometimento de jovens e adultos.

“A integração de idades, idéias e etnias” foi ressaltada por Adonilton Souza, representante do Coletivo Educador de Santana. Os jovens dos cinco municípios que participaram do Peas desenvolveram dois vídeos durante a realização do programa, além de uma performance teatral e uma mensagem especial, apresentada em forma de locução de rádio.

“A água doce chega em nossos municípios de mãos dadas com a educação ambiental”, afirmou Adonilton, lembrando a questão da sustentabilidade como forma de garantir água e desenvolvimento para jovens, adultos e gerações futuras.

Para Tairine Rocha, do Coletivo Educador de Canápolis, o Peas proporcionou momentos muito ricos em diversidade e aprendizagem. “Foi possível compreender que temos compromisso com a construção das melhorias da qualidade de vida”, declarou.