Os vencedores do V Festival de Música Educadora FM serão conhecidos amanhã (5), a partir das 19h, no Teatro do Irdeb. A noite de premiação, com entrada franca, vai homenagear o compositor Assis Valente (1911-1958) e terá a participação de vários nomes do cenário musical alternativo da Bahia.

A premiação, em dinheiro, no valor total de R$ 35 mil, será para os vencedores nas categorias de melhor música com letra, melhor música instrumental, melhor intérprete, melhor instrumentista e melhor arranjo. Além disso, os 14 finalistas do concurso terão suas músicas incluídas no CD do V Festival.

Na primeira etapa do festival, a comissão julgadora, composta por Tom Tavares, Luciano Carôso, Moisés Gabrielli, Arnaldo Almeida e Pedro Augusto, escolheu, entre as 792 músicas inscritas, as 50 indicadas, que integraram, por um período, a programação da Educadora. Em seguida, o público votou nas 14 canções escolhidas para compor o CD V Festival de Música Educadora FM. Na fase final, a comissão voltou, definindo os ganhadores dos cinco prêmios.

Organizador do festival, o maestro Tom Tavares é o responsável pela cerimônia de premiação do festival. Ele escolheu um time bem representativo da música independente na Bahia para a homenagear o compositor baiano Assis Valente, após o anúncio dos vencedores. Do samba de raiz do Grupo Jacarandá à musicalidade pop da cantora Márcia Castro.

“Carrego desde sempre, no meu trabalho, o humor das composições dele”, destaca Márcia, que vai interpretar “E o Mundo Não Se Acabou”. O cantor Carlinhos Cor das Águas dará o toque natalino na festa da música alternativa, com sua versão para “Boas Festas”, que invadiu os lares brasileiros no Natal de 1933 para nunca mais abandonar o cancioneiro de final de ano.

“Já canto essa música nos meus shows porque sempre me senti atraído por essa estranheza que ela desperta – uma canção de natal feita por um sambista do recôncavo baiano, que tem em sua obra uma marca mais forte do samba carioca”, avalia Cor das Águas.

Homenageado

Assis valente nasceu em Santo Amaro e seguiu para Salvador, ainda menino, acompanhando um circo mambembe. Após estudar no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, muda-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos, onde trabalhou um período como ilustrador e protético até começar a carreira de compositor sob o incentivo de Heitor dos Prazeres. Suas músicas foram gravadas por Araci Côrtes, Orlando Silva, Altamiro Carrilho e, principalmente, Carmem Miranda, por quem o músico baiano era fascinado.

Afundado em dívidas, Assis Valente morreu de forma trágica (ingestão de formicida), em março de 1958, ao tentar o suicídio pela terceira vez. A partir da década de 60, a MPB redescobre o seu repertório e o compositor baiano passa a ser gravado por nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, Elis Regina e Adriana Calcanhoto. Nos anos 70, o grupo Os Novos Baianos inclui “Brasil Pandeiro”, composta por Valente, no LP “Acabou Chorare”, escolhido, recentemente, pela revista Rolling Stone, como o melhor álbum brasileiro de todos os tempos.

Quem não comparecer à premiação poderá conferir a lista com os vencedores no site www.educadora.ba.gov.br a partir das 20h desta quarta-feira.