A artista visual Bárbara Tércia realiza sua segunda exposição individual – Ponte Ancestral, em homenagem aos 90 anos do Mestre Didi – na Galeria Solar Ferrão (da estrutura do Ipac), no Pelourinho, a partir de amanhã (14), às 18h, ficando aberta até 10 de fevereiro.

Ela foi convidada por Mestre Didi, 90 anos, a acompanhar, durante cinco dias, a Festa de Olokotun, onde fez uma série de desenhos. Seu objetivo era tornar público, mesmo com o filtro de sua percepção, um ritual inacessível e conhecido somente por iniciados no culto aos egunguns – os ancestrais masculinos –, por isso cercado de preconceitos.

Mestre Didi é alapini, o mais alto cargo do culto aos egunguns no Ilê Agboula e da hierarquia sacerdotal da representação religiosa nagô. Em 1980, ele fundou sua própria casa, o Ilê Asipá, onde são cultuados o Babá Olokotun e demais eguns que pertencem à antiga tradição.

Para se fazer o trabalho, foi selado um pacto entre a artista e o sacerdote: “Desenhe tudo que você puder ver, mas não pergunte nada”, afirmou Mestre Didi.