Até meados do mês de janeiro de 2008, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), autarquia da Secretaria Estadual de Cultura, abre licitação para contratar projeto de restauração do complexo arquitetônico-histórico da Igreja de Santa Luzia e do Cemitério do Pilar, na região do Centro Antigo de Salvador.

Os recursos totalizam aproximadamente R$ 3,6 milhões, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Ministério do Turismo, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste, o Prodetur II, além da contrapartida do Tesouro do Estado da Bahia. A previsão é que o processo licitatório termine em março do mesmo, com a finalização das obras em doze meses.

De acordo com o diretor geral do instituto, arquiteto Frederico Mendonça, a obra contempla o restauro completo – conservação e a revitalização de bens móveis e integrados. Serão restaurados altares, púlpitos e outras estruturas fixas, como coberturas, esquadrias de janelas e portas, além do sistema de drenagem do conjunto do Pilar. Também será viabilizado o projeto de acessibilidade ao monumento, que contará com um elevador e a iluminação cênica das fachadas dos monumentos.

A restauração da Igreja de Santa Luzia integra a 6ª etapa de revitalização do Centro Histórico do Salvador iniciada em 1997. Para escolher os monumentos que serão restaurados, o Prodetur II considera os valores arquitetônicos e urbanísticos da área, a abrangência social, econômica e cultural do patrimônio tombado, visando à apreciação e o usufruto pleno do bem pela população e turistas.

Para essa etapa estão contempladas ainda as restaurações da Casa das Sete Mortes, Igreja do Boqueirão, Palácio Rio Branco, Oratório da Cruz do Pascoal, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a segunda etapa do Portal da Misericórdia.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan) desde 1938, o conjunto formado pela a Igreja do Pilar e o cemitério foi construído no início do século XVI, na parte inferior da falha geológica que separa as cidades alta e baixa, na capital baiana. Devido a essa localização topográfica, constantemente acontecem deslizamentos na encosta do monumento, que, por isso, tem passado por reformas ao longo do tempo.

Em 1828, um incêndio destruiu uma tribuna e o camarim da capela-mor, quando várias imagens ficaram danificadas pelo fogo. O desabamento mais grave aconteceu em julho de 1943, vitimando o padre João Nepomuceno Moreira Pinto, vigário que morava na igreja. Em junho de 1994, a nave da igreja desabou parcialmente. A restauração atual proposta pelo Governo da Bahia pretende garantir agora a segurança do patrimônio do estado.