O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia deverá crescer 4,5% em 2007, de acordo com estimativa preliminar divulgada hoje (14) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), da Secretaria Estadual do Planejamento. A agropecuária foi a atividade econômica que mais cresceu, seguida pelo setor de serviços e pela indústria. Com esse desempenho, a economia do estado segue em ritmo similar ao do país, que, segundo previsões do Banco Central, também deve apresentar uma taxa de crescimento do PIB entre 4,5% e 5%.

Os dados da SEI apontam que a expansão real da economia baiana em 4,5% é reflexo dos bons resultados em setores que tradicionalmente empregam um grande volume de trabalhadores, como a construção civil e o comércio. Nesses e nos demais ramos, a Bahia atingiu a marca de 62.600 mil novos empregos com carteira assinada gerados até novembro de 2007 – aproximadamente 60% deles criados no interior do estado, fora do eixo metropolitano. Em comparação com os últimos anos, o número só não é superior à marca de 2005, quando 63.900 postos formais de trabalho foram criados.

Para o secretário do Planejamento, Ronald Lobato, a estimativa é muito positiva. “Desde 2004, assistimos a uma queda do ritmo de crescimento do estado. E agora houve uma reversão dessa tendência, com 4,5% este ano e 4% no ano passado. Atribuo a isso o volume de empregos formalizados, sobretudo na agricultura e nos serviços”, destacou Lobato. Na agricultura, em particular, um dos desempenhos mais positivos foi verificado na safra de grãos, que deve se aproximar de 5,4 milhões de toneladas.

Analisando cada atividade isoladamente, observa-se que a agropecuária cresceu 4,8%, o setor de serviços 4,6% e a indústria 3,7%, perfazendo a média de 4,5% do PIB. O diretor geral da SEI, Geraldo Reis, afirmou que se houver possibilidade de revisão dessa marca, será para cima. “Ao analisar os números, podemos notar que a indústria perdeu peso, mas devemos considerar que o setor industrial da Bahia já está num alto patamar. Ou seja, os grandes empreendimentos realizados nos últimos anos, como a Ford e o setor de celulose, chegaram a um nível altíssimo de maturação. Então, estamos crescendo 4,5% em cima de uma base de cálculo elevada, o que torna esse índice bastante significativo”, detalhou Geraldo Reis.

Os números, levantados pela equipe de Contas Regionais da SEI em sintonia com a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram anunciados em entrevista coletiva concedida à imprensa no auditório da Secretaria do Planejamento (Seplan). Na ocasião, o secretário Ronald Lobato falou também sobre o prejuízo que a não-prorrogação da CPMF pode trazer à Bahia, inclusive comprometendo investimentos já previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).